sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Os Homens que as Mulheres Gostam




Roqueiros, Bombeiros e Professores Universitários

“O professor ‘W’ é casado?”
“É sim. Ué, Valéria, mas porque isto te interessaria? Você não está namorando?”
“Tô, mas... sei lá. Nunca se sabe, né! E acho que o ‘W’ vai ser meu orientador. Eu o acho um charme!”
“É. Eu já tinha notado. Não é o meu preferido não, mas eu tinha notado. Eu prefiro o ‘Z’. O ‘Y’ também é interessante, mas eu prefiro o ‘Z’.”
“Olha! Achei que você preferisse o ‘X’, que é estrangeiro”.
“Não. Este é muito meu amigo. E sei lá porque o ‘Z’ de fato mexe mais comigo.”

E assim é meus caros. Num curso de uma Universidade Federal, a mulherada “loteou” alguns professores. Foram eleitos quatro tops de linha, a quem chamamos de X, Y, Z e W. Se bem que o professor ‘X’ tem uma demanda tão grande que se ele fosse atender aos “anseios” de todas, ele teria que parar de trabalhar e ficar o dia todo por conta disso. E tenho certeza que se ele cobrasse por isso iria ganhar muito mais que o salário de professor! E porque ele é o preferido da galera? Por que é o mais simpático, carismático e divertido e não necessariamente o mais bonito, segundo a minha enquete. Viram que o que importa para as mulheres é a atitude e não “a lata”! E o coitado nem sabe que é tãããão bem quisto!

Se um homem quisesse escolher uma profissão não por talento ou aptidão, mas sim para atrair mulheres com mais facilidade sem dúvida ele teria que ser roqueiro, bombeiro ou professor universitário. Estes três tipos exercem um fascínio sobre o sexo feminino que merece um estudo aprofundado.
Os bombeiros são sempre lindos, usam uniforme (ui, isso mexe) e ainda são heróis. Você só os vê ajudando pessoas indefesas a atravessar enchentes num bote, salvando criancinhas do fogo, gatinhos presos no alto de árvores e fazendo o parto em mulheres humildes. Heróis, sem dúvida. Olha que beleza! E qual mulher não tem um lado donzela desprotegida que necessita de um herói? Até uma famosa modelo brasileira largou o marido milionário pra ficar com um pobre bombeiro...

Roqueiros, então? Não precisa nem falar muito. São os rebeldes que dizem o que a gente quer, são descolados, envolvem multidões, etc. E aquela energia toda! O que que é aquilo! É só pensar (no auge, claro) de poderosos como Elvis, John Lennon, Paul McCcartney, Bono Vox e Mick Jagger, Jim Morrison e Lenny Kravitz. Ai, que o sangue circulou...Tinha uns produtos nacionais interessantíssimos também. Quem não sonhou com o Tony Belloto? E aquela loirice do Humberto Gessinger? Sensacional. Até hoje eu acho que aquele trecho “Seus lábios são labirintos que atraem meus instintos mais sacanas...” foi composto para mim. Bom, se um dia a gente se conhecer e ele quiser comprovar... Viu? A imaginação já começou a dar umas bandas por aí...

E os nossos queridos professores? Uns cavalheiros, inteligentíssimos, divertidos... Mas, na verdade, são os mais sofredores. É como estar com sede diante de um lago de água límpida e... não poder entrar! É antiético ficar com aluna. Meu amigo ‘paganiguém’, o Gabriel, fica indignado. “Como pode? Tem um monte de mulher facinho, facinho e não pode ficar com nenhuma?” Não pode. Além das questões ético-morais eles são todos casados. Pegaria muito mal. Ao contrário das categorias anteriormente citadas quanto mais ‘relações amorosas’ (pegação, para quem entende do assunto) mais vantagem. Necessário jogar fora a hipocrisia: vivemos num mundo machista e quanto mais mulher um cara tem, mais admirado pelos amigos ele é. Não fui eu quem criou estas regras.

 Enfim, os representantes da última categoria se dão mal. A situação é inversa. Pegação prejudica a imagem. Chega a dar peninha. Até me lembrei do Abelardo (aquele da Heloísa). Na França do Século XII, professor não podia ter mulher. Nem casar. Era mais ou menos como padre. No filme Em Nome de Deus*, a história de amor entre Abelardo e sua pupila Heloísa é contada lindamente. Fico imaginando como um dos precursores do racionalismo via esta bobagem.

Mas, acredito que os nossos amados professores assistiram a este filme e ficaram com traumas inconscientes. É que o pobre do Abelardo engravidou a aluna e foi castrado a mando do tio da moça. Digamos que esta não deve ser uma situação lá muito prazerosa. Mesmo no simbólico como a perda de um cargo. Vai que um invejoso usa isto contra o fulano. E além do mais, a Academia é o local onde se deve resguardar certos valores.

Atualmente, os professores olham rapidinho uma perna aqui, um bumbum ali ou um decote acolá, mas se recompõem em centésimos de segundo. É até engraçado ver os caras fazendo aquele esforço hercúleo para manter os instintos no lugar. Deve ser difícil. Mas, aquele final do Abelardo...

Fujo para longe de ti,
evitando-te como a um inimigo,
mas incessantemente
te procuro em meu pensamento.
Trago tua imagem em minha memória
e assim me traio e contradigo,
eu te odeio, eu te amo."
Carta de Abelardo a Heloísa.

"É certo que quanto maior é a
causa da dor, maior se faz
a necessidade de para ela
encontrar consolo, e este
ninguém pode me dar, além de ti.
Tu és a causa de minha pena,
e só tu podes me proporcionar conforto.
Só tu tens o poder de me entristecer,
de me fazer feliz ou trazer consolo."
Carta de Heloísa a Abelardo

*Em Nome de Deus
Reino Unido, 1988
Direção: Clive Donner
Com: Derek de Lint (Abelardo) e Kim Thomson (Heloísa)