domingo, 19 de dezembro de 2010

Descansar



Oi , galera!


Tô aqui para dizer que vou descansar. MAS EU VOLTO! Janeiro já teremos crônicas novas neste espaço que é nosso. Espero que a virada do ano renda pelo menos umas três crônicas (minhas) e cinco de cada amiga que vai viajar comigo (então já são mais 25).

Tenho umas estórias ótimas deste ano, mas convém deixar para 2011...

Aliás, quero agradecer aos amig@s e colegas que me deram material para fazer estas crônicas. Umas cenas eu vi acontecendo outras o pessoal veio me contar. Teve aquelas ainda que eu só peguei uma frase e inventei o resto (minhas preferidas). Aliás, este blog, por incrível que pareça, mudou minha vida. Virei psicóloga de qualidade duvidosa, sexóloga nas horas vagas, conselheira gratuita e aprendiz de taróloga. Também fiz umas vingancinhas estilo. Tipo a crônica “O homem ruim de cama” enviei com dedicatória especial para duas pessoas e no final do e-mail escrevi: “Agradeço a você por ter me dado inspiração para esta crônica!” Que maldade...

Um amigo me questionou: “Seu blog é para homens, no entanto, só as mulheres dão pitaco”. É verdade. Só elas tem coragem de dar opinião. Os caras mandam e-mail ou falam ao vivo. Tá bom também. O importante é que a informação (ou achismo) chegue ao leitor. Eu sei que tem muita gente lê e gosta. Os homens também elogiam muito as fotos. No mês de maio eu não tinha nem um leitor. Agora são mais de mil! Agradeço também a propaganda boca a boca.

Agradeço ao Universo porque este ano foi maravilhoso! Cheio de aventuras, alegrias, medos, suspense e conquistas. Muitas conquistas. A melhor foi passar na seleção do mestrado! Assim, vocês concordam que eu mereço um descanço, né? E Também preciso pegar um sol. Vejam na foto como estou branquela...

De maneiras tais que desejo a vocês muito AMOR, CARINHO, SEXO, ROCK’N’ROLL, AMIZADES, ALMOÇOS, FESTAS, DORES, AMANTES, AMORES, DINHEIRO, SAÚDE, ATRAÇÕES, PEGAÇÕES, SOLUÇÕES E TODA A MAGIA QUE FAZ DA NOSSA VIDA ESTA BAGUNÇA NESTE GRANDE SUPERMERCADO POS MODERNO EM QUE VIVEMOS.

QUE 2011 TRAGA PAZ , GENTILEZA E FELICIDADE GERAL!!!!!!!!!!!!!!!!

Beijo a tod@s,



Leona

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Não me Irrite!


Final de ano. Vou dar uma dica de presente: não me irrite. E vc pode beijar meu namorado que não vai me irritar. Só vai finalizar uma relação. Para me irritar mesmo e conseguir uma boa falação no ouvido basta: elogiar Andy Wharol e Romero Brito (este último, em pleno século XXI faz pinturas bidimesionais de gatinhos e tem a coragem de falar mal de Caravaggio, o mestre criador do “chiaroscuro” que colocou a dramaticidade na pintura como poucos. Tem gente que realmente não sabe seu lugar...). Mas, para mim a pior de todas é falar mal do Oscar Niemeyer.


As pessoas tem direito de gostar ou não da obra dele. Mas, falar mal do cara, aí não. Ele é um gênio revolucionário. É um trabalhador incansável, cheio de simpatia e coisas para contar. Não é um factóide. É uma pena, não deveria, mas faz-se necessário relembrar. O arquiteto criou obras inimagináveis e deu forma ao concreto. Há cinco mil anos as pessoas vinham construindo colunas no mesmo estilo: dórica, jônica e coríntia. Aí, chega um brasileiro e cria colunas novas para sustentar o Palácio do Planalto e alguns obtusos dizem que ele é um nada... Peraí! Tem gente que não sabe fazer nem uma arroz com feijão comível e vem falar mal do velhinho. Ah, Não! Me irrita em demasia. Talvez se ele fosse francês, alemão ou estadunidense tivesse mais apreciadores. E olha que eu não sou das mais patriotas.... só para fechar, ele criou para a capital uma torre em forma de flor. É uma obra linda. Mas, ninguém dá bola. E a flor de concreto lá “nascendo e cresendo” no alto, indiferente aos olhos insensíveis e imponete como tem que ser.

Hoje é aniversário do Niemeyer. Vi uma entrevista dele. Ele dizia que trabalha porque o trabalho o distrai. “Eu fico ali criando umas fantasias que dão certo e se tornam realidade. Eu criei um aquário Planalto coisa que ninguém fez... achei bom.”, disse. E a melhor: “Enquanto estava no hospital criei um sambinha com os companheiros enfermeiros. É uma crítica social. Mas, foi só para passar o tempo.” Genial! Lógico já estão gravando.

Acho fantástico esse vigor. Independete da idade (103 anos!) ele cria, tem o que dizer, tem sabedoria. Adoro conversar com pessoas idosas que tem o que dizer. Minha vó fez 89 anos. Ela conta piada, conta histórias da época do Getúlio, tem opiniões sociais e políticas. É um grande aprendizado. Mas, nem todo idoso é sábio. Tem uns que pararam no tempo e só ficam falando da vida dos outros ou se queixando das dores... com estes não tem jeito: paciência.

Por isso, vejo alguns adultecentes que acham que nunca vão envelhecer. E se já não tem o que dizer agora imagine mais tarde? Que chatice. Às vezes penso o que será das patricinhas e mauricinhos que perambulam por aí.

“Você viu a nova intervenção cirúrgica que eu fiz? Tô com uma carinha de 90 e corpinho de 80!”

“Ah, eu vou mudar o formata da boca mais uma vez. O médico falou que até 25ª vez não tem problema! Ainda estou na 20ª!”

“Ô Astrogildo, meu bisneto leu no jornal que vai sair o viagra série bronze! Dá muito mais potência. Ele vai trazer uns para mim da China, no mês que vem. Cê não quer não?”

Ai, que mundo horrível! Espero que as pessoas pensem agora em fazer coisas boas e produtivas para, no futuro, não serem apenas um velhinho que nos dá peninha. Então, convoco todos a malharem o cérebro também.

Vamos viajar, ler, conhecer novos lugares, músicas e pessoas, fazer cursos, beijar na boca e criar. Para sermos senhorinhos e senhorinhas espetaculares. Não geniais porque nem todo mundo é Niemeyer. Ah! Só acho que devemos parar de fumar antes. Ele só parou aos cem anos. Muito doido...

sábado, 4 de dezembro de 2010

Comédia Nada Romântica


Comédia nada romântica

- Não! Jura? Caramba... Eu não estou preparada par ao fim do mundo.
- Assisti e até gostei.
- Mas, você detesta comédia romântica. Arrá! Então, finalmente comprou um ingresso para assistir ao “estilinho de 5ª”, como você diz.
- Não seja boba, Paula.  Claro que não.  Assisti na TV a cabo. Continuo firme no propósito não ir ao cinema para assistir comédias românticas ou filmes besteirol com Julia Roberts e Leonardo DiCaprio.
- Sinto informá-la cara Isa, que você não vai assistir ao novo “The Great Gatsby”. A refilmagem vai ser com o DiCaprio.
- O quê? Um papel que já foi do Robert Redford, deram para aquele nanico sem sal do DiCaprio? Oh, shit! Mas, isto não vem caso. Achei a tal comédia romântica menos mal que as outras porque termina um pouquinho diferente. Tenho um certo horror a previsibilidade, como você bem sabe.
- Sei. Por isso, não entendo como você continua se namorando com homens. Deveria trocar para mulheres. A sua vida seria mais ‘imprevisível’.
- É verdade. Infelizmente, mulheres não vem como opcional “pau” de fábrica. Daí a problemática. E não me venha dizer que se pode comprar um de látex porque isto, não é a “solucionástica”. E voltando ao filme, a estorinha tratou de forma explícita um tema que eu adoro: pessoas que só dão valor ao ex quando perdem.
- Ah! Sei. Já passei por isso. Como algoz e vítima.
- Sabe, Paula eu sou uma exceção à regra. E me arrependo. Não faz esta cara. É verdade.  Eu sempre procurei o melhor das pessoas. Sempre as valorizei e tentei ver seu lado bom. Justamente , para não me arrepender depois. Sempre tentei fazer dar certo.
- E qual é o drama?
- Ah, os otários sempre achavam que eu estava apaixonada e não entendiam nada.  Tentavam tirar uma onda de gostosos... aí eles conseguiam me chatear, entediar  até adquirir meu total  desprezo.
- Mas este comportamento de valorizar o outro é o ideal!
- De fato tem seu lado bom. Tenho a consciência tranqüila. Nunca quis os tais retornos. Muitos dos meus ex qualquer coisa já quiseram voltar... Mas, aí era tarde demais. E a grande compensação é que, até onde me lembro, nunca me arrependi de ter deixado alguém.
- Dura você, hein? Não gosta de comédia romântica, não dá chance de volta. Não compra ingresso para filme com DiCaprio. Que isso...
- Pode parecer estranho, mas para mim o esforço tem que ser feito durante o relacionamento. Depois... Ah, já era. O importante é o momento, é o decorrer. Se as pessoas são devagar eu não tenho nada a ver com isso. Engraçado é que os caras, em geral, não pedem nem desculpas. Só querem voltar e pronto. Dão até a impressão que é uma obrigação sua. Quase um valor cristão!
- E o pedido de desculpas é assim tão importante para você?
- Não tanto.  Seria apenas mais coerente. O lance é outro. É que eu realmente me esforço para fazer dar certo. Quando não vejo isto da outra parte e o relacionamento acaba para quê “malhar em ferro frio”? Vou te contar uma coisa exótica. Às vezes eu nem lembro o nome do ex. E isto independe do tempo que ficamos juntos. É meio constrangedor. Ele fica lá “Oi tudo bem? O que você anda fazendo, Isa” ?!!!! E eu:  Ooooooi! E então querido com vão as coisas. O ‘querido’ acompanhado de um sorriso ‘alegrihno’ sempre me salva. Às vezes estou sorrindo e chamando o cara de bundão mentalmente.  Ainda bem que eles nunca percebem! O chato é aquele papinho: ah, que saudades, era tão bom! O pior é quando querem conversar sério. Ai, eu não aguento. Dá vontade de perguntar “Ei, fulano porque você não fez isto antes?
- E porque você não pergunta?  Não dá uma chance? Olha que poderia rolar um flash back.
- Preguiça.

domingo, 28 de novembro de 2010

Atração, Desejo & Afins



Fim de noite. Hora de voltar para casa. Simone pega uma carona com o amigo Beto. E a madrugada é a hora das revelações.

- Beto, vou te contar uma coisa. Ao contrário do que a galera diz eu não sou muito seletiva. É que eu só faço sexo por paixão, amor ou desejo.

Beto olhou para amiga, espantado.

- Ué! Então, faz direto né? Porque as pessoas sentem atração uma pelas outras quase que por hora!

- Eu não faço sexo por atração.

- Você bebeu a mais? Acabou de dizer que faz...

- Eu disse DESEJO. Não atração.

- Tem diferença?

-Claro! O princípio é quase o mesmo. É como uma cor. Por exemplo, existe cor de rosa. Tem também o rosa salmão e o rosa pêssego. São tipos de rosa. Semelhantes, mas não iguais.

- Piorou. Tô mais confuso ainda...

E Simone define: Bem, atração a gente pode sentir por muitas pessoas. Mas, não significa vai rolar alguma coisa. Dá para segurar. De forma que se você sente atração por um amigo, você pode preferir matar este sentimento, pois pode perder a amizade. O mesmo com a atração por um chefe, professor ou amigo do namorado, etc. Enfim, sendo atração dá para sublimar.

E ela continua já que o amigo de tão chocado, calou-se... “Já o desejo não. Este é quase irrefreável. O desejo é forte, é fogo, é incontrolável. Faz as pessoas perderem a cabeça, a noção e até o senso do ridículo. No caso da pessoa que se envolve com outra comprometida, por exemplo. Só se for desejo mesmo. Em caso de simples atração, ela deixaria passar. Não vale a trabalheira.”

- Sei não, hein... Responde o Beto, saindo do estado da letargia.

- É sim! A atração pode ser contida pela moral, medo, ética ou equivalente. Tem limite. O desejo é se jogar. É viver aquele momento sem medo do amanhã, desencanado com o que vai dar. É a certeza que o agora vai ser ótimo! E dane-se o resto.

- Ah, saquei! É um lance meio Vinícius de Moraes “Que seja eterno enquanto dure.”

- Boa! Tá pegando a coisa! Atração: fogueirinha no sítio com amigos para tocar violão. Acaba rapidinho. Desejo: Fogueira de festa grande que dura o tempo todo. Muita lenha para queimar. Labaredas gigantes...

- Comparações. Ô Simone, tá dando quase no mesmo. Como no caso lá das cores.

- Aí que você engana! Estou falando de essência e gradações. Atração e desejo estão ligados a sexo. Como eu já falei, o primeiro é mais ameno que o segundo. E com as cores acontece o mesmo. Tudo muda dependendo da gradação. Digamos que você se veste com uma camisa verde. Ok, você estará vestido seja lá qual for o verde da sua camisa. E pode ser qualquer tipo de verde: limão, comum, garrafa, bandeira, musgo, exército ou o famoso verde bebê. Saiba que existem mais de 350 tonalidades de verde. Mas, com uma camisa verde bebê, você pode parecer mais sensível ou mais delicado. Já verde oliva pode te deixar mais masculino. Viu? Tudo é verde mas existe uma mudança de tom, que acarreta diferentes conseqüências.

O Beto, pensativo, silencia. Reflete um pouco e faz cara de confuso total.

- Cara, vou comprar um livro.

- Que? Que isto tem a ver com a conversa?

- Tô mais confuso que nunca. Só Sei que deve conter alguma verdade aquele livro “Mulheres são de Vênus”. Realmente, só seres de outro planeta para vir com essa loucura. Diferença de tesão, mistura de comida com cor. No mundo dos homens não tem nada disso. ... E o pior é que eu não consigo viver sem esses seres estranhos – as mulheres . Apesar destas doideiras quem resiste ao sorriso, ao cheiro e às curvas de vocês. De verdade? Eu não entendo nada disto mas, eu quero uma mulher que me deseje e se ela quiser me enfiar um camisa que me deixe mais delicado ou mais machão, eu tô nem aí. Quero é mergulhar neste universo complexo e cheio de detalhes que vocês vivem. Putz! Fiquei romântico. Me dá um beijo?

- ÃH???????????

- É que eu tô sentindo um desejo crescente...

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Coincidência



A moda daquele inverno era cachecol no pescoço com vestido de malha. Eu aderi. Mas, sempre colocava um blaser ou casaquinho por cima. Contudo, ali diante dele sentada no chão e fumando, naquele calor, tirei o casaco.


- Sabe, não se usa “manta” com vestido. Eu vou te ensinar a te vestir...

Na hora achei que era só alguém querendo mostrar que era “descolado”. Na verdade, na verdade, eu quis dizer “Ui! Jura?” Mas, segurei. Também eu já estava com o tal casaco. Não dei importância.

Namorando há duas semanas e sendo uma pessoa pouco experiente você não acredita que seu namorado possa ser um gay enrustido. Separado e com filho... Não, não poderia ser. Isto é coisa de novela. Não poderia estar acontecendo comigo.

E a vida continua. E o sujeito vai se mostrando: preconceito com negros, com gordos, com índios, com mulheres. Preconceito é a coisa mais ridícula da humanidade. “É não dá mais!”, Admiti para mim mesma.

Entretanto, ele parecia bem interessado. Considerei de bom tom ter um pouco de tato para terminar. Um belo dia eu disse: “Homem que entende muito de roupa feminina leva maior jeito para gay”.

Ele bem assustado perguntou: eu levo jeito? Bem, jeito ele não levava. E também não entendia tanto assim de moda feminina como ele dizia (ou gostaria). Apesar de sempre querer se intrometer. Me recordo de um dia qualquer ele ter visto meu tênis novo. O cidadão já foi logo dizendo “Este tênis se usa com meias de cano curto.” É óbvio. Eu já estava com elas. Mas eu não disse nada. Fiquei pensando como ele era metido. Aliás, ele tinha um conhecimento superficial de quase tudo e queria mostrar que sabia ‘muito’ sobre tudo. Comigo não colava. Acho que isto o irritava bastante. Quando ele se deu conta que estava perguntando a minha opinião sobre livros e os textos dele, acho que ele passou a me detestar.

Mas, para mim o grande problema na época, era não saber dizer não, basta ou simplesmente ‘tchau’. E depois dele dizer não achava legal eu fumar o mesmo cigarro que ele, era para eu ter aberto a porta de saído imediatamente. No entanto, a decisão estava tomada: tudo teria fim no próximo sábado.

“Oi! Vou ter que viajar para cobrir aquela matéria. Tô te ligando para dizer que vou ficar com saudades. Quinta eu chego. Já dá para a gente se vê no final de semana.” Adia-se um término de namoro.

No outro sábado a gente se encontrou. Durante um almoço o sujeito faz umas grosserias e diz mais baboseiras. À noite brincadeiras machistas. Finjo que durmo. Não rola nada. De manhã ele toma um belo toco. Faz o tipo “Eu sou gostoso, mulher. E você se arrependerá”. Para mim era indiferente. Meses depois ele me cumprimenta numa livraria. Não sei que cara eu fiz, mas outra vez, em outra livraria ele foi mais comedido. Na terceira, eu fingi que não o vi e ele entendeu o recado.

Hoje vejo como é bom saber dizer palavrinhas como tchau, não e acreditar que pode acontecer com você também! Minha amiga namorou três anos, ficou noiva e tudo só porque não tinha coragem de dizer basta! Quase ninguém acredita nisto. Eu sim. Quase todos os relacionamentos que tive ou encontros que aceite em ir foi por pura falta de jeito de dizer NÃO!

Se fosse hoje eu diria para o cara, ô queridão, sai do armário! Ser homossexual é a coisa mais normal do mundo. Fingir ser hétero é bobeira. Mentir para você e outra pessoa é que não vale.

Mas, se eu tivesse sido um pouquinho mais esperta... gaúcho, de Pelotas... muita coincidência. Bem, é o povo que diz...

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Virtualmente



- Meu carioca virtual chegou de viagem. E me mandou e-mail bem doce. Coisa de namoradinho!

- Puxa, Carol que legal. Este tal de sexo virtual é firmeza né!

- Não. No outro dia a gente estava trocando e-mail e de repente ele pediu desculpas, disse que não dava para continuar, que era traição e que a amizade continuava...
Silêncio. Mantenhamos o silêncio devido ao absurdo da coisa.

- E você Carol?

- Respondi o óbvio. Se um não quer, dois não teclam! E ele escrevia: “Sei que você vai entender, sei que você vai entender...” Na verdade não entendi nada. Confesso que fiquei atônita, depois com raiva, depois achei tudo ridículo. E passados cinco minutos achei tudo patético, depois fiquei muito puta e depois, pasmada. Ao final, morri de rir e achei tudo legal.

- Ãh???? Não acompanhei o pensamento. Pode retroceder, por favor? Acho que tem uma parte da estória que não peguei. Diria que tem “uma lacuna”.

- Assim: se ele não se sentia bem para quê continuar? Achei exagerado parar tudo abruptamente porquê nunca sequer foi aventada a hipótese de nos encontrarmos pessoalmente. E morando em estados diferentes a chance de nos ver era quase nula.

- And so???

- Então, achei bobeira parar porquê era uma brincadeira sem consequências. Por outro lado, achei muito bom pois ele ficava ‘ligadão’ e quem aproveitava era a esposa. Ah! Detesto fazer favor para outras mulheres! E depois ele foi tão legal! Disse que adorou a brincadeira, que foi a primeira vez que fez sexo on line. Era virgem neste campo! E além do mais, a gente tem tanta coisa legal para conversar que não precisa ser só sobre sexo.

- Sei, sei...Carol, te conheço. Tá muito tranquila. Perder, mesmo que virtualmente, não é a sua. Conta mais aí.

- Ah, e tem outra. Pode ser traição mesmo. Ou então ele achou que a coisa poderia esquentar e teríamos que nos ver.... viu as possibilidade são infinitas. Tem a rapidez do pensamento e a força da imaginação. Por isso, é melhor parar por aqui...

- E???

- E, na verdade, que esta história estava mexendo muito com minha imaginação. Queria falar tudo o que eu dizia a ele para um ser real. Queria realizar tudo! E aí aconteceu aquela coisa... Tive medo de ficar nesta onda. Até contei para o ‘namoradinho virtual’ aquele lance...

- O quê? Louca. Não acredito que você contou para seu virtual aquele lance da fantasia realizada como se fosse com ele.

- Sim, contei.

- E ele? E a tal ‘ressaca moral’ que você disse ter tido no dia seguinte que não conseguia nem se olhar no espelho? Nem apareceu no trabalho.

- Pois, é. Contei tudinho. E ele achou legal eu ter realizado minha fantasia. Deu maior apoio. Ele ainda disse que sentiu muito por não ter podido ser com ele mesmo. Ele não é fofinho? Um cara muito legal.

- Carol, esta sua ressaca moral se cura com sal de frutas é? E vocês são dois doidos. Pena que acabou. Adoraria ver dois ETs se encontrarem. Seria lindo. Nem o Quentin Tarantino faria uma cena destas.

- Ih! Você anda moralistazinha, hein? Que retrógrada...

- Ai, não suporto estes dilemas pos modernos. Que falta nos faz o Dr. Freud...

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Traz o Vinho!




“Sabe, a menina era linda. Um doce. Mas quando eu senti nela o perfume da Renata eu pensei ‘ai se ela quisesse parar com tudo agora, eu não acharia ruim’. Você entende?”
“Meu caro Carlão, como entendo! Respondi”

É assim. Às vezes a gente até continua numa transa só para não ofender ou traumatizar o outro. Na maioria das vezes, só continua por não ter como sair mesmo...

Os motivos são vários. Lembrou do outro, pensou em si mesmo, viu que a pessoa que está na hora não é para você... Sei lá. Só sei que acontece. E não tem hora certa. Às vezes acontece antes de sair. Dá vontade de trocar de roupa, colocar aquele pijaminha e ler um bom livro. Em geral, a broxada interna é na hora “H” mesmo. E, de vez em quando, no meio do papo. É terrível.

Comigo já aconteceu duas vezes, antes de sair. Parecia cena de filme. Eu me dirigindo para o telefone enquanto o celular toca e o sujeito diz “Já tô chegando!”. Merda! E teve outra que foi questão de segundos. Eu já estava ligando e o interfone soou “O seu Rafael está aqui. Pode subir?”. A vontade era de suplicar ao porteiro “Nããããõ. Não pode, não. Inventa uma desculpa seu Zé e manda ele embora...” Tarde demais.

Às vezes penso que é a certeza da falta de intimidade. Não é porque as pessoas ficam nuas, se beijam, trocam fluidos, colocam as mãos e outras coisas em todas as partes do parceiro que elas são íntimas. Intimidade é ter aconchego, chamego, interação. Para mim, intimidade é uma revolução. Tem tudo que a gente necessita: liberdade, igualdade e fraternidade. Ser você mesmo não tem preço. Ser inteiramente você com alguém... É a melhor coisa! E vai ser doido na frente do outro e este outro ser macho o suficiente para ficar! Só com intimidade. É mais gostoso...

O outro motivo que dá vontade de gritar “Parem as máquinas!” É a certeza absoluta da falta de criatividade. Mais do mesmo, arroz com feijão, pão com ovo, estas coisas. Na verdade, acho que é mais isto. Falta uma certa ousadia, uma fantasia. Uma ilusão de um dia! Custa? Nem isto as pessoas sabem fazer atualmente.

De verdade? Tenho preguiça. Sou artista e gosto de coisas diferentes. E tem um monte de gente que conheço – Homens e Mulheres – que gostam mesmo é de uma boa fantasia, uma diferença. Sexo baunilha qualquer um (ou qualquer objeto) faz. Blargh!

O que custa a pessoa ‘encarnar’ uma cortesã do século XVIII, uma fada, uma borboleta, uma odalisca ou um Robin Hood? Quem sabe um Che Guevara ou um príncipe dos contos dos irmãos Grimms? Ou então, simplesmente, acreditar que sexo é brincadeira de adulto e fazer algo melhor, superior. Acho que é falta de vinho. Sou a favor do vinho. Umas velas aromáticas e uns tecidos transparentes também dão um “up” na coisa toda! Anotem o trechinho que separei aí. Vai que um dia serve... Pelo menos aguça a imaginação!

"Nada mais me interessa.
Ergue-te,
Traz-me vinho!
Amiga, esta noite
Tua boca amorável é a
Mais bela rosa do Universo.
Vinho! Vinho vermelho como
Tuas faces! E que os meus remorsos
Sejam leves, leves, tão leves
Como os cachos dos teus cabelos!"



Omar Khayyam

(tradução de Manuel Bandeira)

Do livro: Rubaiyat

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Homens, tornem-se interessantes!




Ah... a gente quando quer.... ninguém segura. É espartilho, caleçon, maquiagem, roupa curta. E o sorriso? Colocamos sempre o nosso melhor sorriso. Se o cara faz o estilo mais intelectual, não deixamos por menos. Falamos sobre aqueles filmes antigos, política ou levantamos uma questão histórica ou filosófica. As mulheres – não sei se por questões culturais ou dom natural – sabem se tornar muito interessantes. Dá até para ver a pupila do sujeito aumentando enquanto deixamos entrever um leve sorriso numa conversa.

E mesmo na correria diária ainda encontramos tempo para desenvolver um hobby. Pintura, escultura, dança, desenho, moda... ufa! O que não falta é coisa interessante para fazer e se envolver. Reparem, a maioria das mulheres tem algo a oferecer e encantar.

Os homens, entretanto, não parecem ter acompanhado esta peculiaridade. A maioria ficou presa na mesmice. Nada mais irritante. Enganam-se aqueles a que pensam “Ah! Tem tanta mulher no mundo querendo alguém. Para que aumentar minhas habilidades”. Tudo bem tem mulher que por criação ou carência ou sei lá o quê, aceitam qualquer coisa. E depois ficam reclamando. E a relação acaba com gosto de patê de pepino.

Mas, que tal fazer diferente? Que tal tornar-se mais interessante para as mulheres? Que tal um relacionamento – com você mesmo e as mulheres – diferente?
A maioria das mulheres que conheço acha um charme homens que cozinham. Então, por que não aprender uns pratos, conhecer um pouco de vinho... e convidar aquela gata para um jantar preparado por você? É muito mais interessante, pode criar um clima intimista. A conversa rola melhor... E, além disso, você pode ter um novo interesse! E entender de vinhos ou drinques? É marcar pontos, na certa!

Nada mais comum que homem que só fala (e só pensa) de futebol... é até legal, mas cansa. Cara, a vida pós moderna é outra! Hoje, as mulheres trabalham e não querem apenas um provedor para o lar e pai para os filhos. Se você ainda pensa assim... sei não. Sugiro conversar mais com as amigas e colegas de trabalho e rever alguns conceitos. As mulheres querem companheiros para construir uma vida a dois mais interessante – até para melhor enfrentar todos os problemas do cotidiano.

Vá lá. Cozinha não é o seu forte. Sem problemas. Tenho um amigo que começou a fazer marcenaria. Faz objetos lindos. Eu ganhei uma caixinha porta-trecos (e olha que eu tenho treco, viu!). A menina que ele estava a fim adora abajurs... Ganhou um sensacional! Conversa vai, conversa vem... estão se entendendo! Tenho um outro amigo que resolveu fazer jardinagem. Cultiva flores lindas. Faz arranjos maravilhosos. Tem papo para puxar com qualquer mulher. Aniversário de amiga? Ele já leva um ramalhete e derrete além da dona festa, mais da metade das garotas ao redor.

O bom não é só encantar ou usar um método para pegar alguém. O legal é tornar-se interessante, ficar acima da média, sair da mesmice. E ter algo interessante que goste de fazer. Não tem nada mais chato do que ir para balada e dar de cara com um sujeito que só fala de trabalho... um saco.

Agora, o bom é fazer ou interessar-se por algo com que se identifique e que faça por prazer. E que este prazer acabe por interessar ao outro. E não tornar o fulano um metido a besta que se acha melhor ou mais inteligente que todo mundo. Conheci um cara que era expert em filmes antigos. Legal. Mas falava com tanta empáfia que se tornava chato. O legal é interagir. É trocar!

Homens, tornam-se mais interessantes! Ser o comum macho-pegador já era. É cansativo, bobo e é como extintor de incêndio: só deve ser usado em caso de emergência.

sábado, 30 de outubro de 2010

Namoros Chochos # 01



“Por que você terminou com o Roberto? Ele é tão legal. Vocês se conhecem desde o ensino fundamental...”

“Ah, muitas coisas. Além do mais a mãe dele o estava manipulando.”
“Eu teria continuado... ”

“Não teria, não. Você não ficaria com ele uma semana. Ele é ruim de cama.”
“Mônica, sua doida? E você ficou com este cara um ano? Que perda de tempo. Para quê, por quê?”

É evidente que ninguém namora só pelo sexo. Mas isto faz parte. Contudo, a explicação da Mônica em porquê continuar com ele me chocou muito. “Ele disse que queria casar comigo”. Na verdade, lembrei que eu também já namorei um cara que eu achava um nada, mas ele disse que queria casar comigo. No meu caso, porém durou só um mês. Concluí que ficar com um cara que eu dava graças a Deus porque a gente transava pouco não era normal (Acho que foram umas três - quatro vezes durante todo o namoro).

É impressionante o número de mulheres que namoram com caras que elas não gostam simplesmente porque existe uma probabilidade de casamento. O caso da Mônica mexeu muito comigo. O mais interessante é que ela sempre dizia que o amava e que ele era muito especial... Sempre fiquei com uma pulga atrás da orelha. Não conseguia sentir aquilo. Me parecia forçado. Mas, eu achava que era loucura minha. No fim vi que ela não queria me convencer e sim, a si mesma.

Ela veio desabafar. Falou que o cara era mandão, ruim de cama e nunca se retratou de um mal feito. E, segundo ela, nos últimos tempos passou a distorcer as palavras e situações que eles viveram. Quem tocou no assunto casamento foi ele, após seis meses de relacionamento. Verdade. Me lembro deste período. Depois o Roberto passou a dizer que ela que começou com esta estória e que ele não havia pensado nisso.

Definitivamente, tem que se conhecer bem a pessoa com quem tencionamos morar junto.
O que ele não sabe é que já no segundo mês do relacionamento deles a Mônica queria sair desta furada. As amigas se juntaram falaram o quanto ele era legal, que ela precisa de um cara certinho como ele, com um bom emprego e possibilidade de subir na carreira e blá, blá, blá. Enfim, mostramos racionalmente todas as vantagens de continuar com o sujeito. Até que ela cansada de tanto ficar com babacas tentou. Tentou demais. Entretanto, depois deste episódio vi que a famosa intuição feminina é a coisa mais poderosa que temos. Ela não queria...

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Encontros*



Tem dia que a gente pensa que só vai ali se divertir e de repente: uma explosão! Acontece um amor inesperado. O melhor de todos. É o encontro de você consigo mesmo. Adorei.Tô me amando. Muito.

Eu só queria escutar poesia e tomar um vinho. Fui. Meio com medo. Poesia já algo muito subversivo, recitada por mulher então... revira sua alma. E no último recital revirou e reconectou. Aconteceu o verdadeiro casamento do meu lado forte com o fraco, o bom com o mau, a criança com a mulher, a santa com a devassa. Tudo recomposto. Alquimia perfeita.

Enquanto a poetisa recitava coisas de um mundo desconhecido para mim, com palavras como sertão, fulô, jirau coisas que só sei de dicionário e nunca vi em toda a minha vida, senti saudades dos bisavós que não conheci. Donos de engenho de cana de açúca, lá em Pernambuco. Voltei a uma origem que nunca vivi. Só ouvi dizer. Senti até mesmo os ancestrais mulçumanos que invadiram a Espanha, os espanhóis que se misturaram com os portugueses e vieram corajosamente, vencendo o mar, dar com os costados nestas praias. Arrisco a dizer que gosto de comidas que nunca me foram apresentadas. Senti até uns gostos diferentes do vinho que eu bebia.

Em geral, eu só lembro do ramo da família de Minas. E só para zuar a TFM (Tradicional Família Mineira). Mas, ali diante daquela pequena poetisa eu a via grande, um gigante interpretando versos ao mesmo tempo tão puros e tão fortes. Sem saber ela acabou juntado os vários seres dentro de mim e me apontou um caminho. Vi que não adianta negar minha essência de artista. Minha fome de cores, melodias, movimentos, peças, filmes, músicas e palavras. Muitas palavras...

Eu comigo. Numa nova relação. Eu preenchendo meus vazios, juntando minhas pontas. EU+EU = SER FORTE. Saí de lá assim: plena. Certa de uma relação para lá de pos moderna. Comigo mesma.

*Esta crônica é dedica à poetisa Lília Diniz. Guerreira, cantadeira e escancaradora de almas!

As fulô do mandacaru
é buniteza de esperança
da chuva que vem chegano
dum povo que nunca cansa
os flamboyant em florada
é a espanhola que dança
e as jardineira tem o cheiro
dos dia que vai chover
mas nenhuma me tocou
que nem as fulô do ipê


Floramarela, de Lília Diniz

domingo, 24 de outubro de 2010

Amores Enviesados

“Não sei como uma mulher tão especial como você ainda se refere a este canalha. Me faz um favor? Nunca mais me conta mais nada sobre este imbecil”.

Responde a Gisele para nossa querida Maíra, que chateada com a grosseria da amiga vem falar comigo.

Gente, o cara é babaca mesmo, chato demais, feio e infantil. Menino de apartamento total. A Maíra é quase uma princesa e só gosta de ‘descolados’. De fato o pessoal que via os dois juntos ficava estupefacto (com c, como em Portugal para frisar a bizarrice da coisa). Para vocês entenderem era como se o Shrek ficasse com a Mônica Bellucci. Porém, o lance já acabou e as últimas notícias não deveriam ser nada demais. E o que a Gisele não entendeu é que...

AMOR DE P* ONDE BATE FICA!

Não existe coisa mais brega e mais certa que ditado popular, gente! A própria Maíra concorda. Ela tá nem aí para o cara e não quer nada mais como sujeito. E perguntada – quer dizer – inquirida pelas amigas (eu inclusive) só dizia: “Sei lá. Eu tenho até vergonha de sair na rua com ele. Mas é um lance de pele, sabe?". Sei... é aquele tipo de amor já mencionado.

É isto. Nem tudo tem explicação. Lance de pele, química, atração, enfim... amor de P*. E para dizer a verdade é muito bom existam encontros assim. Por que é doido. Não tem hoje nem amanhã, só confusão. Dá uma desequilibrada na vida. Sai da monotonia. E a gente aprende a ser feliz sem estas bobagens. E mais: que a gente não tem tanto controle no quesito emoções.

Já tive um ‘amor’ assim. Sabia que não iria render muito, mas ficava tensa com o sujeito. E vários amigos também já comentaram comigo que viveram esta experiência. “Eu detesto esta mulher. Mas sei lá o que ela tem que quando eu chego perto, fica tudo vermelho e o que eu mais quero agarrá-la. Fico no maior tesão”. Segundo eles isto se chama chá de B*.

Aliás, os termos desta crônica estão de um baixo calão sem fim... peço desculpas. Mas, para coisas sem noção, palavras e frases idem.

E eu já disse e repito: desconfio de quem nunca tomou um porre até cair, nunca fez nada errado, do cara que nunca se apaixonou pela maior devassa da rua, bairro, escola, faculdade, etc, e de mulher que nunca deu para o cara errado. “Ai podia ter dormido sem essa”, é a frase típica das mulheres, no outro dia, quando se percebe a desconcertante situação.

Ah! Também desconfio de quem não curte Beatles. Destes últimos, sugiro inclusive, uma distância de 300 km, no mínimo. Para mim esta galera que entra na ex-escola ou faculdade metralhando todo mundo é desta qualidade. Nunca cometeu pequenos desatinos. e de repente... um dia de fúria.

Mas, voltando ao tema A Gi, é muito nova. Ainda não se perdeu. Não caiu de amores por um cafajeste, nem teve um amor enviesado (para não repetir ‘de P*’). Um dia ela chega lá! Só que com uma diferença: as amigas que já passaram por isso terão o maior prazer em escutar! E não deixá-la se entregar. Porque quem julga é o que mais entra ‘no perdido’ quando chega a vez.

Nada mais previsível no reino da pos modernidade...

terça-feira, 19 de outubro de 2010

PAIXÃO !



“Você está grávida!”
“Tô não. Atrasos são normais. Até 10 dias é muito comum.”
“Nunca ouvi dizer isso.”
“Mas é. E outra coisa: intuição feminina não falha. E eu não me sinto grávida, não”
“Arrã... Sei. E se estiver? O que você pensa em fazer? Vai ter?”
“Claro! Mas eu já falei, Alessandro: não estou grávida.”
“Então tá bom. Se estiver grávida vai ter e eu vou te apoiar em qualquer decisão. Marca o médico que segunda-feira de manhã, quando eu chegar de Roma te levo lá. Fique tranqüila”

E assim o Alessandro cresceu ainda mais dentro de mim. Eu era muito apaixonada por ele. Mas, dali em diante fiquei extasiada. Nunca tinha conhecido um cara assim. Lindo, elegante, viril, inteligente e ainda por cima Homem de verdade. Se fosse um jogo de vídeo game diria que tinha mudado de nível. Saí do estágio da paixão e entrei no de amor desmedido.

E como eu havia dito era alarme falso. Só mais uma destas pegadinhas para deixar a gente encucada e os namorados loucos pensando em arranjar um emprego melhor. E também fazê-los fumar desesperadamente.

Mas, este lance com o Alessandro foi muito, muito louco. Primeiro, porque eu me apaixonei por ele assim que o vi. Detalhe: ele estava de costas. Comecei a tremer toda. Quando ele virou e me viu senti que ele queria pular em cima de mim, mas devido a estas convenções sociais, um desconhecido num bar não avança em uma garota. Só vi um brilho totalmente diferente de tudo que eu já havia visto naquele olhar.

Conseguimos uma apresentação. E uma festa no fim de semana. Aquele beijo foi um teletransporte para sei lá qual dimensão. Só sei que procuro por esta dimensão até hoje, com sofreguidão. Aliás, sofreguidão, ânsia, desejo, entrega, romper limites, fazer o tempo parar, pegar fogo, multiplicar os prazeres eram palavras que ganhavam sentido e cresciam nos nossos momentos homem-mulher. Engraçado que nestas horas eu tinha a nítida sensação de brotarem labaredas do chão do quarto (ou sala, escada, cozinha, banheiro e outros locais que não passaram incólumes por nós – felizmente e com muito orgulho).

E aí caros amigos... os prazeres sempre intensos foram se tornando múltiplos (se é que vocês me entendem...). A paixão é uma loucura que te eleva. É saber que vai se queimar e queima achado bom. É puro desatino. É olhar para o mundo e dizer “Tô doida sim. Tô apaixonada sim. Tô realizada sim. E daí? ”

E hoje, 19 de outubro é dia do aniversário do Alê. Nasceu no mesmo dia do Vinícius de Moraes. Acho que por isso a gente viveu tão intensamente aquele amor, que para mim é imortal, posto que ainda é chama e ainda dura.

Além desta avidez e total luxuria regada a vinho, pasta, limoncello, queijos e arte (Sim belos! Não temos música de casal como a maioria. Temos um quadro que nos representa “ Vênus e Marte”, de Botticelli. Exposto na National Galley of London) sempre existiu entre nós admiração, respeito, conversas, risadas e DRs, muitas DRs...

“Alessandro, precisamos conversar”

E lá vinha ele cheio de harmonia libriana conversar, aparar as arestas, me acalmar e depois me encher beijos, abraços e carinhos. Ele tinha lá os defeitos dele, mas agora não consigo lembrar.

O relacionamento acabou. Numa boa, aliás. Guardo tantas lembranças boas dessa época que só posso dizer que valeu a pena. E que foi uma das melhores (senão a melhor) experiências da minha vida. Agradeço todos os dias por tê-lo conhecido. Agradeço por ele ter me ajudado a evoluir e me tornar um ser humano melhor. Agradeço as nossas descobertas juntos. Agradeço nossas diferenças e nossos pontos em comum. Foi uma bonita cumplicidade. Cresci muito e ele também. São estes encontros que movem o mundo. Quem nunca teve uma grande paixão, corra. Vá atrás e viva-a. É eletrizante!É vida plena na veia.

Então para as feminista e mal amados de plantão digo: Não venham me criticar porque eu levava café-da-mahã na cama para o Alessandro. Ele gostava e eu fazia com prazer. Levava sim e feliz da vida. E preparava tudo. Do café às torradinhas com geléia e manteiga, além de uvas e maçãs lavadinhas. Ah! Sem esquecer a fatia de queijo.

Quero meu direito de ser mulherzinha. De vez em quando é bom. E fazer este mimo para meu companheiro não me subestimou, não me tornou alguém subserviente, nem me reduziu. Ao contrário cresci em diversos aspectos enquanto ficávamos ali naquele “dolce far niente”, conversando, rindo, trocando idéias, beijinhos... Enquanto Florença, também acordava manhosa, com seu friozinho gostoso e seus cappuccinos maravilhosos. E a gente lá vivendo nossa paixão com suas várias formas e cores, muito além do tempo, do espaço e da nossa compreensão. Intensamente.


Alessandro, Tanti auguri! Felice compleano. Ti voglio bene per sempre!La tua brasiliana.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

"Tira as mãos de mim", de Chico Buarque e Ruy Guerra

Sobre Meninos e Homens




Depois de muitas fadas verdes (absinto) resolvi divulgar minha teoria sobre meninos e homens, que tem a ver com macho, homem e moleque. Aliás, teorias não escritas e achismos que quase sempre dão certo são minha especialidade. E depois de um jantar cheio de troca de idéias com advogados aí a teoria rola solta mesmo. Aliás, tenho um fraco por engenheiros e advogados. Não sei explicar. E neste último evento, um destes advogados quaaaaaaaaaaaaase me convenceu que ele era o homem da minha vida. Delícia! Mas, com muita fada na cabeça resolvi deixar para depois. Ainda mais que errei na mão no meu molho de peras ao vinho (que triste...). Enfim vamos à teoria.

Tem cara que é macho. Tira roupa, tem ereção, penetração e basta. Mas, isto não quer dizer que ele seja necessariamente homem. Há uma diferença. Ser macho é fácil. Basta nascer com um penduricalho no meio das pernas. Nada mais simples. O cachorro é macho, o elefante é macho, tem girafa macho, rato macho e até barata macho! Olha que legal!

Mas ser homem é diferente. Ser homem, ou melhor ‘Homem’, requer outros atributos. Homem é aquele que respeita a mulher, se sente bem porque ela manteve uma relação íntima com ele, protege, cuida. Ou seja, funções ancestrais que toda mulher, por mais moderna e feminista que seja sempre admira num homem. Às vezes, na correria do dia-a-dia, não dá para ter tudo isso. Mas, como são todos adultos e foi tudo consentido o mínimo a se manter é uma relação saudável e de amizade, principalmente, quando são pessoas que se conhecem há mais tempo e tem convívio social com pessoas em comum. Nestes casos, ninguém espera um grande amor ou um provedor do lar. Só amizade, respeito, carinho e, quem sabe guardar um momento legal com bastante ternura.

Nesta velocidade e carência em que andamos é muito normal transar com amigos, ou amigo dos amigos. São relacionamentos rápidos, sim. Nem por isso devem ser desprovidos de respeito. Nunca entendi isto. O cara é seu amigo. Rola um sexo, o babaca não sabe lidar com isso e começa uma frescuragem infinita. É muita imaturidade. Na boa? É o que a gente chamava na faculdade de menino de apartamento. Ô meu filho! Sai da caixa! Vai pra vida!

Hoje, qualquer mulher tem uma facilidade imensa para conseguir sexo a qualquer momento. Então ela escolhe. O homem de verdade sabe que ela poderia ter escolhido qualquer um e acha legal ter obtido da companheira – mesmo que eventual – esta confiança e este momento de prazer e carinho. E leva o resto como um amigo querido.

O macho, ao contrário, faz seu papel e depois fica de palhaçada, acaba com a conversa, amizade e a consideração. O macho, aquele que não sabe ser homem e insiste no papel de menininho mimado fica inseguro, fazendo manipulações, fofoquinhas e artimanhas baratas. Que chato! Dá vontade de comprar uma chupeta e gritar: fulano pega isto e o cobertorzinho e vai dormir. Agora!

E o quê o macho-moleque consegue com isso? Simples: o desrespeito e a indiferença da antiga parceira, até chegar ao desprezo das outras mulheres do grupo. Os desejos, palavras e pensamentos do macho não servem mais para nada. O carinho se esvai, e ele se iguala, na visão da mulher, àquela barata que nasceu macho. E todo mundo conhece a relação entre mulheres e barata, né!

Em resumo, no fim de noite quando sua amiga que anteriormente já esteve nesta roubada e te disser: “Aquele cara é muito estranho. Nem fala. Só quando bebe. Ele vive lá no autismo dele”, acredite. E nunca, jamais pense que é um exagero.
Aí já é tarde. E é um tal de relembrar o ex (que era tudo de bom, mas ficou no antigo continente) e escutar Chico Buarque, pois só ele nos entende...
E para todos os meninos-machinhos segue esta. Apreciem!

Tira as mãos de mim
(Chico Buarque)

Ele era mil
Tu és nenhum
Na guerra és vil
Na cama és mocho
Tira as mãos de mim
Põe as mãos em mim
E vê se o fogo dele
Guardado em mim
Te incendeia um pouco
Éramos nós
Estreitos nós
Enquanto tu
És laço frouxo
Tira as mãos de mim
Põe as mãos em mim
E vê se a febre dele
Guardada em mim
Te contagia um pouco

http://www.youtube.com/watch?v=puwXJxhHGyg

sábado, 9 de outubro de 2010

John, Eu Ainda Conto com Você !



John,

Hoje é seu aniversário de nascimento. Não interessa quantos anos você faria porque você sempre foi à frente do seu tempo mesmo. Então, isto é indiferente.

Querido,

você sempre foi tudo que eu desejei num homem. Pena que outro igual a você não exista...

Criativo, irreverente, bom em tudo que faz, canta, toca, compõe, ama e respeita as mulheres. Que mais alguém pode querer? Nunca entendi esta tua cisma com a Yoko, mas tudo bem. Você pode tudo! Pode dançar no meio da rua,vestir roupas extravagantes, sair dos Beatles. Continuar cantando, tirar foto nu, largar os negócios e cuidar do filho...Tudo, você pode tudo.

E eu continuo contando com você. Para me inspirar, para me fazer acreditar num mundo melhor, para acreditar no ser humano quando este sentimento escapa e até na fraternidade e no amor.

Só podia ser libriano mesmo. Quando escutei "Woman" pela primeira vez, confesso que enlouqueci. Fiquei extasiada. Só alguém com extrema sensibilidade e inteligência para entender o universo opressor em que as mulheres vivem. E quando você passou a nos defender, hein? E a lutar pela paz? Que maravilha.... Meu herói!

Sabe, se você ainda estivesse aqui neste mundo cão (ai, que falta você faz, amor) acho a rainha da Inglaterra baixaria uma lei assim "Toda inglesa nata tem o dever de satisfazer Sir. John Lennon, em qualquer um dos seus desejos". Se bem quem esta é uma lei não escrita. E que qualquer mulher cumpriria com prazer! Não só as inglesas!

Observando estes caras que andam por aí e lembrando de você sinto vergonha alheia. Eles não passam de um bando de bárbaros sem carisma, sem idéias, sem sex appel, sem calor humano, sem humor, sem devaneios. Uns chatos, vazios e pedantes. Sem absolutamente nada a oferecer. Enfim... sem nadica de nada do macho ou do homem que você é.

John você continua para sempre sendo meu ideal de homem, meu herói.

Hoje acordei triste. Sinto falta da sua presença física dando rolé por aí. Já chorei muito hoje e escrevo esta crônica chorando. Por mim e pelo mundo que perdeu um ser tão especial quanto você.

Que saudade!

Te amo, John. Grata por tudo. Principalmente por me ensinar a sonhar. Pois os sonhos é que movem o mundo.

"You may say I' m a dreamer. But I´m not only one"!

And I standing by you.

Love,

Leona

John, Eu Ainda Conto com Você



John,

Hoje é seu aniversário de nascimento. Não interessa quantos anos você faria porque você sempre foi à frente do seu tempo mesmo. Então, isto é indiferente.

Querido,

você sempre foi tudo que eu desejei num homem. Pena que outro igual a você não exista...

Criativo, irreverente, bom em tudo que faz, canta, toca, compõe, ama e respeita as mulheres. Que mais alguém pode querer? Nunca entendi esta tua cisma com a Yoko, mas tudo bem. Você pode tudo! Pode dançar no meio da rua,vestir roupas extravagantes, sair dos Beatles. Continuar cantando, tirar foto nu, largar os negócios e cuidar do filho...Tudo, você pode tudo.

E eu continuo contando com você. Para me inspirar, para me fazer acreditar num mundo melhor, para acreditar no ser humano quando este sentimento escapa e até na fraternidade e no amor.

Só podia ser libriano mesmo. Quando escutei "Woman" pela primeira vez, confesso que enlouqueci. Fiquei extasiada. Só alguém com extrema sensibilidade e inteligência para entender o universo opressor em que as mulheres vivem. E quando você passou a nos defender, hein? E a lutar pela paz? Que maravilha.... Meu herói!

Sabe, se você ainda estivesse aqui neste mundo cão (ai, que falta você faz, amor) acho a rainha da Inglaterra baixaria uma lei assim "Toda inglesa nata tem o dever de satisfazer Sir. John Lennon, em qualquer um dos seus desejos". Se bem quem esta é uma lei não escrita. E que qualquer mulher cumpriria com prazer! Não só as inglesas!

Observando estes caras que andam por aí e lembrando de você sinto vergonha alheia. Eles não passam de um bando de bárbaros sem carisma, sem idéias, sem sex appel, sem calor humano, sem humor, sem devaneios. Uns chatos, vazios e pedantes. Sem absolutamente nada a oferecer. Enfim... sem nadica de nada do macho ou do homem que você é.

John você continua para sempre sendo meu ideal de homem, meu herói.

Hoje acordei triste. Sinto falta da sua presença física dando rolé por aí. Já chorei muito hoje e escrevo esta crônica chorando. Por mim e pelo mundo que perdeu um ser tão especial quanto você.

Que saudade!

Te amo, John. Grata por tudo. Principalmente por me ensinar a sonhar. Pois os sonhos é que movem o mundo.

"You may say I' m a dreamer. But I´m not only one"!

And I standing by you.

Love,

Leona

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Perder o Clima Jamais!



Uma das minhas melhores amigas está em São Paulo. Foi lá estudar, se intoxicar com poluição, pegar trânsito e uns caras. De vez quando. Só para quebrar a rotina.

A gente se comunica praticamente todo dia. E ela é massa porque não faz o estilo mulherzinha-boazinha-hipócrita-romântica. Daí eu contando para ela sobre o meu affair virtual (de vento em popa), ela me vem com essa:

“Ah, sim mas falar é fundamental! Outro dia dei uma trepada boa (é assim que se diz em São Paulo) com um ex-peguete de Brasília, que eu não via há uns sete anos mais ou menos...”

Antes de continuar relembro a vocês que é a mulher menos romântica que eu conheço.

“(...) No meio da transa ele fala: "Eu te amo!" E aí amiga, eu respondi “Eu também, eu também!”. Até agora não consigo parar de rir. Nunca vi um “eu te amo” mais pulp fiction que este!

E tá certa ela. Quebrar o clima para quê? Nesta hora a gente diz eu te amo, você é o amor da minha vida, e o que mais vier na cabeça. Me lembro que eu mesma já saí com um “Eu quero ser só sua a vida toda”. Beeeeeeeeem falso. Ah, dane-se. Que seja eterno enquanto dure. Contudo, faz um belo efeito nos rapazes. Homem também gosta de se iludir.

Mas, o Oscar vai mesmo para um outro ficante desta amiga. Sei que eles saíram da festa começaram a se pegar no carro. Terminada a festa particular dos dois ela viu muito sangue no chão do carro. O cara: “É eu cortei o pé sei lá onde. Mas, eu não ia parar e quebrar o clima,né! O lance tava tão quente...”

É isso aí galera! Tem que dar o sangue! Quebrar o clima jamais. Vale até “Eu te amo”. Isto é Vinícius de Moraes com Nelson Rodrigues batido no liquidificador. É a quinta essência da pós modernidade!

domingo, 3 de outubro de 2010

Casados ou Solteiros?



Eu acho que ser casado é melhor que ser solteiro. Isto quando o casamento é bom. Por que do contrário, deve ser um inferno. Com o agravante que você tem que dar para o capeta (ou comer o inimigo, na versão masculina).

Segundo o comediante Rafinha Bastos, o homem não sabe o que quer. Quando está solteiro quer casar, quando está casado quer morrer... Engraçadinho.

Mas não é assim, não. Eu conheço um monte de casal feliz. Dos mais de cem casais que mantenho contato tenho certeza que três são felizes. Considero um bom número. O mais interessante de tudo é que os bem casados sempre dizem “Casamento é bom, mas é muito difícil” ou “É bom, mas é complicado, tem que ter paciência, etc”... Eu só desconfio quando dizem “Meu casamento é ótimo!”, “Ah meu marido é maravilhoso”. “Minha mulher é um anjo...”. Hummmm. Sei. Já começo a sentir cheiro de chifres, calmantes, choros baixinhos sob a água que cai do chuveiro e falsos jogos de pôquer, futebol ou coisa que o valha com os amigos.

Mas, a vida de solteiro não é tão ruim. É meio cansativa esta rotina de se arrumar, ir para a balada, paquerar, escutar blá, blá, blá; dançar, rir, anotar e-mail, passar e-mail, esperar telefonema, fugir de telefonema, etc... Cansa. O pior é não ter ninguém para contar, para construir uma vida juntos, com amor, apoio, cumplicidade e tudo aquilo que sonhamos (mesmo quem diz que não, no fundo sonha com isto. Ah, sonha!).

Por outro lado ser solteiro é emocionante! Cada dia é diferente, não sabe o que vai acontecer. É excitante! E não ter que dar satisfação? Isto, para mim, é o paraíso da existência. Deve ser trauma. Quando eu era adolescente (Sim, caros! Eu ainda lembro desta fase!) tinha que comunicar até uma ida a padaria. Tinha hora pra chegar, falar com quem e para onde iria. Enfim, um saco. Não tenho medo de responsabilidades, mas dar satisfação é terrível. Não me pergunte aonde eu vou. Eu sou fiel, honesta, legal e sincera. Não me pergunte aonde vou, com quem falei, com quem eu vou. Nunca.

Olha, aqui da minha pacata vidinha de solteira feliz dia sim, dia não (tenho tido mais dias sim!)contabilizo umas coisas muito boas:

1)A louça. Lavo sempre que posso. Mas, se ficar de um dia pra outro não é o caos.
2)Ando só de calcinha pela casa o dia todo e ninguém tem nada a ver com isso.
3)De repente quero ir ao cinema. Vou e não chamo ninguém. Amo cinema. E a hora de ir é agora. Como fico feliz assistindo um bom filme!
4)Atendo telefone se quiser.
5)Chego a hora que quiser. Saio com quem quiser. Durmo e acordo na minha hora.
6)Depois que o Nick morreu (Nicolau Copérnico, meu peixe Beta) não tenho que sustentar ninguém.

Aqui faço um aparte: ter filho deve ser maravilhoso. Amor incondicional é o único verdadeiro. Mas, crianças dão trabalho e requerem atenção. Uma coisa é pegar aquele bebê fofinho, brincar, trocar roupinha e colocar para dormir. Outra, muito diferente, é educar, comprar roupa, pagar escola, fazer comida preferida e acordar de noite para cuidar. Sei porque meu irmão é 11 anos mais novo que eu e tenho um afilhado... Repito é bom, mas é uma grande responsabilidade. Tem um ser dependendo de você. Acabou esta estória de ataque gay. “Ai, não resisti e passei o cartão. Final do ano vou para Paris!” Ou “Fui comprar um sapato. Não resisti, meti o cartão e comprei cinco pares de sapato e duas bolsas para combinar”. Arrã... Enfim, use camisinha e não esqueça de tomar a pílula.

Continuando a contagem...

7)Namorar é ótimo! Brigou? Vai dormir na sua casa. Quer fazer as pazes? Oba! Traz o energético aí que hoje tem! Pega o CD dos Rolling Stones.
8)Quero passar o dia lendo. Leio.
9)Não quero fazer sexo. Não faço e pronto. Viro para o lado da parede e durmo.
10)Quero acordar cedo e fazer caminhada. Faço. Chego e escuto minhas músicas clássicas sem ninguém fazer barulho ou me desconcentrar.
11)E ser cantada por vários gatinhos, ser admirada, ter sempre alguém te achando interessante... não tem preço! É fútil? É, mas inexplicavelmente existem bobagens que fazem bem danado para a auto-estima.

Você que é casada, me diga. Há quanto tempo seu marido não te faz um elogio? Você se sente realmente desejada? Outro dia uma colega casada disse que há anos ela não saía com um grupo de amigos para tomar um chopinho. Tava com cara de criança que acabou de ganhar um brinquedo.

E você homem casado? Tem se sentido desejado ou sufocado? E desde quando não rola um sexo selvagem num lugar estranho entre vocês? Hein? Hein? E aquela pegada maravilhosa quando você nem esperava? Aliás, com que freqüência vocês transam????

Bom, cada caso é um caso e as duas situações tem circunstâncias boas e ruins. Infelizmente, o número de homens casados que não podem ver uma mulher sem ficar doidos, parecendo cachorro no cio é impressionante. Muito maior que o de solteiros.

E a quantidade de mulheres casadas com rostos tristes, que se sentem só e parecem carregar o peso do mundo nas costas é de dar pena. Faz repensar toda a existência.

E isso tudo me parece que não surgiu na pos modernidade...

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Sexo Virtual, Verbal, Real & Outros



- Carol porque você está tão ofegante?


- Estava fazendo sexo virtual....


-Uia? E pelo computador dá para ficar desse jeito? Qual a marca do seu notebook?


- Não é isso. É pela loucura, pela doideira entendeu?


- Não, nada.


- Olha só Leona um trechinho do que ele me escreveu:


“Hummm...vc chupando minhas bolas, eu domando você pelos cabelos. Que visão linda. Ia esperar você me chupar bem.....chupar gostoso....e depois gozar na sua boca. Você chupando tudo....não deixando nada escapar, se deliciando com o meu gosto.”


- Forte hein, amiga!!!!


- Você precisa ver o que eu respondi! Ele disse que estava quase explodindo! Adorei!


- Legal este tal sexo virtual! Mas e aí? Quando vocês vão se encontrar na real?


- Nunca.


- Por quê?


- Por vários motivos: primeiro, o legal é usar a imaginação. Me excita saber que eu estou aqui e ele lá no escritório pensando sacanagem. E tem mais, ele mora no Rio de Janeiro. Não dá.


- Sabe? Não vi graça. Ficar com tesão e depois... nada? Se vira sozinho?


- Ai! Agora me toquei de uma coisa.... ele é casado!


- Real ou virtualmente falando? Tô meio confusa.


- Pára de palhaçada. A ficha só caiu agora. Isto é... TRAIÇÃO!!!!!!


- Olha, acho que não. Vocês nem se encostaram. Não houve troca de nada.


- E as energias? Rolou uma energia. E eu vi até a foto dele. E mandei uma minha.


- Combinaram de se encontrar?


- Não.


- Então, Carolzinha! Acredite, nem a mulher dele se ver estes e-mails “quentes” vai reclamar.


- Será? Mas me colocando no lugar dela fico com pena... E se eu fosse casada faria isso com meu marido? Eu seria capaz de traí-lo?


- Ô Carol, nem namorado você tem. Já está cheia de problemas com um futuro marido? Sinceramente. Loucura tem limite. Esse é o seu problema. Vai arranjar um namorado real. Vai brincando com este aí via internet mesmo, mas procura um ser humano em que se possa tocar.


- Você não entende.


- Entendo que você chegou alegre e ofegante. Pára de bobagem. Olha as vantagens desta sua brincadeira: não engravida, não pega doenças, não precisa dar satisfações, não precisa pedir satisfações. Maravilha!.... Ah! Carol, e antes que eu me esqueça: pára de me encher o saco com bobagens.


- Ai, que mau humor!!!!


- Não é isso não. É que eu fiquei sem saber se isto é traição ou não. Se isto é sexo ou não. Se isto é legal ou não. Você tinha que vir com estas questões filosóficas...



Ah, o que eu não entendo. Isso é que é capaz de me matar!*


Estas relações pós modernas...só dilemas.


*Frase do livro Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa

domingo, 26 de setembro de 2010

Meus Meninos


“Você é velho, gordo, meio careca e ruim de cama. Tá pensado que é o quê? Eu mereço coisa melhor”.

Foi com este trio de frases simpáticas – porém verdadeiríssimas – que eu cortei um velho, chato e metido a besta da minha vida. Ele adorava me esnobar. Por que com ele? Eu estava só e carente, sem fazer nada e achava que ele poderia ter algum caráter, ser alguém diferente desta massa ignara e etc. (inteligente ele é. É um dos maiores colunistas político do país).

Infelizmente era mais uma mente comum, de comportamento machistóide previsível. Ou seja, mais um adultescente. E ruim de cama – o que me irritava muuuuuuuuuuuuito.

Depois deste acontecido jurei para mim mesma nunca mais pegar um velho em minha vida. Isto faz sei lá, uns três quatro anos. Aliás, quero registrar aqui – para horror dos homens brasileiros – que quem come sou eu. Você é apenas alguém que EU escolhi e não o contrário.

Passei a procurar relacionamentos com homens que tivessem apenas dois ou três anos acima da minha idade. Sim, porque garotos eu detestava. Fazer o quê com eles? Conversar o quê? Deveria ser mega sem graça e bocejante, ainda mais para alguém como eu que adora trocar idéias (Sexo verbal faz meu estilo!). E, eles deveriam ser tão inexperientes que não iriam me satisfazer. Preconceito? Não imagina. Era só uma obviedade. Arrã...

Mas eis que numa bela noite de primavera (e seca) tô eu no samba (sempre o samba. Preciso largar disso...) me tira para dançar um sorridente moreno. Ui! I-R-R-E-S-I-S-T-Í-V-E-L. O gatinho era só nove anos mais novo que eu. Eu não sabia, mas era o começo de uma Nova Era. A Era dos meninos do bem!

E que disposição! Romance vai romance vem... Que delícia! O cara acordava cantando, não tinha grilos, não tinha ex-mulher, filhos... Que vida leve! Sempre queria saber o que eu gostava de comer para mandar a empregada fazer... (morava só, perto do parque. Os pais bancavam a vida de concurseiro. E ele no samba!). Um dia ele se convidou para vir assistir o jogo do São Paulo aqui em casa.

“Mas, eu sou flamenguista, respondi”.
“Tá, mas eu gosto de você mesmo assim. Você tem outras qualidades que superam isto, devolveu ele”. Ri demais.

Gente, foi o melhor jogo do mundo! Que disposição... nem lembro quem era o adversário. Sei que o São Paulo (ô clube bem amado!) ganhou e foi ótimo! Que disposição....

Pena que tudo acaba. Mas, ele foi tão gentil, tão legal e honesto que ficou tudo bem. Sinto enorme carinho por ele até hoje.

Mas, a gente sempre conhece novas pessoas neste mundo, né? Diferença de idade entre eu e o novato? Sete anos. Este eu conhecia há mais tempo, mas nunca tinha olhado para ele. Descobri depois que com este “não olhar” eu já havia perdido, por baixo, uns seis meses de relação. Um dia ele notou que eu estava estressada. Me chamou para ir nadar num lugarzinho ali no lago que era seguramente limpo e quase ninguém conhecia. O sujeito levou tudo, inclusive maçãs, ricota, toalha de pic nic, etc. Nos três meses de romance ele me ensinou umas novidades tão estimulantes. Ui! Me lembro dele vindo da faculdade, passando aqui para comer sopa e bater papo. E que disposição...

E chegou a vez de bater o record: 13 anos mais novo. Ainda não tinha entrado na faculdade, mas estava fazendo cursinho! Confesso que não gostei muito do tal metal melódico, mas pelo menos fiquei conhecendo o estilo. Olha fiquei sabendo tanta novidade... E este escrevia poesias. Tenho-as guardadas. Outro, lá da Bahia, veio com umas graças tipo “enquanto você não acha seu príncipe encantado vai beijando este sapo aqui mesmo”. A gente ria muito. E, finalmente, um que viu o que eu estava procurando. E levou com bom humor. A última pessoa que encontrei não chegou a rolar nada, mas quase. Como este garoto beijava bem! Affff... Diferença de idade 17 anos. Pirei. Falei com ele que eu era muito mais velha. “Tô nem aí. Tu és uma gata, super interessante. Tô louco de tesão em ti guria”. Adoro um gauchês. Enxaqueca vem em hora errada mesmo, né. Tinha que ser naquele fim de semana? E ele tinha que voltar para Porto Alegre. Mas, a gente mantém contato! Ora se não! Espero que ele passe no vestibular. No último, ficou por poucos pontos. Dei umas dicas de como estudar e focar.
Resumo da ópera. Preconceito é uma bobagem. Estes meninos me fizeram um bem danado! Colocaram minha auto estima no topo da existência, foram muito mais legais e companheiros que estes velhos rabugentos cheios de traumas, frescuras e receitas de como deve ser uma mulher. Tudo menos espontânea, claro. Os meus meninos, além de serem vulcaõzinhos na cama me deram um pouco da sua jovialidade que combina tanto comigo e eu tinha esquecido.

Diferentemente dos velhos que tem medo de te perder e te colocam sempre para baixo, esta nova geração se diverte, curte o outro, dá valor ao momento e tem muito mais criatividade. E na hora “Vâmu vê”... Enfim, este não é um blog erótico. E para terminar a relação quase nunca eles agem de maneira sádica como os velhos broxas e frustrados. Aliás, os velhotes também costumam sumir como criancinhas medrosas sem encarar nada. Ficam escondidos debaixo da coberta. É o pior dos dois mundos. Uma vergonha. Dá até certa pena... E um grande alívio deixá-los!

Velhotes peçam conselhos aos meninos. Mulheres, olhem para estes garotos aí do seu lado. Pode não durar anos. Mas, a economia com o psicólogo vale a pena! E a pele então? Fica uma beleza....

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Para Lennon e Leona


Para mim foi assim:

A noite estava escura. De repente o céu se abriu. Um belíssimo sol cor de rosa apareceu. Depois eu comecei a dançar, com um vestido prateado num gramado. A luminosidade da grama amarela e vermelha chamava a atenção. À medida que eu pisava nesta grama fresca, flores roxas, azuis, esverdeadas e laranjas brotavam do chão. Cheguei numa ilhota e sentei. Coloquei os pezinhos naquela água dourada, linda...

O sol cor de rosa ficava cada vez mais lilás. Pã com uma flauta verde brilhante chegou. Ele colocou uma coroa de flores multicoloridas na minha cabeça e uma cornucópia no meu colo. Depois de alguns minutos um golfinho cobre me levou para o fundo do rio onde pude comer diversas frutas azuis-fosforescentes de um veludo inimaginável. Levitei até o céu púrpura com listras laranjas. Depois peguei meu unicórnio prata e fui passear no arco-íris.


Para o John Lennon foi assim:


“Picture yourself in a boat on a river
With tangerine trees and marmalade skies
Somebody calls you, you answer quite slowly
A girl with kaleidoscope eyes
Cellophane flowers of yellow and green
Towering over your head
Look for the girl with the sun in her eyes
And she's gone (…)”

Mas, no final, quem acertou como nos sentimos foi o Gil, que cantou assim:

“A paz invadiu o meu coração
De repente, me encheu de paz
Como se o vento de um tufão
Arrancasse meus pés do chão
Onde eu já não me enterro mais (...)”

And no comment....

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Moderno?


“O bom é você estar com alguém e poder sair com outros”.
“Ah! Mas, você é solteiro e nunca viveu isso. Queria saber se você fosse casado conseguiria levar este tipo de relação que eu e meu marido levamos...”
“Tenho certeza que sim. E vocês estão no caminho certo! Super modernos”
“Sim. É esta é a tendência dos relacionamentos do futuro. Nós somos a vanguarda!”
“Yeeeeeeeees! Vocês estão à frente do seu tempo. O futuro das relações entre homens e mulheres é este mesmo. Parabéns, vocês são muito modernos!”

Este foi um diálogo que recebi de um amigo já muito citado aqui, com uma amiga dele, a qual desconheço, via MSN. Tema: casamento aberto.

Normal. Cada um escolhe o tipo de relacionamento que melhor lhe convém com a anuência do parceiro ou parceira. É apenas uma questão de gosto. Um estilo de vida de cada um.

Agora...

Não me façam rir. Modernos? À frente do seu tempo? O futuro das relações? Kkkkkkkkkk.
Isto é a coisa mais velha que existe. Desde que o mundo é mundo existem estas relações. Ou alguém não se lembra dos anos 60, quando o “amor livre” e o casamento aberto, ou casamento com mais de dois adultos era tão praticado pelos hippies? (Por que será que o casamento aberto não foi tão disseminado nos anos seguintes, hein?).

Antes dos vovós hippies, reis e rainhas de todos os tempos tinham seus cônjuges e seus favoritos (o amante que morava no castelo e tudo mais) e a até a plebe ignara sabia. O rei Francês Henrique II, casado com a Catarina de Médicis, tinha sua Diana. Elizabeth I da Inglaterra – a rainha virgem (só se for no signo,né!) – tinha um duque que agora me escapa o nome. Muito normal. E quem não se lembra do enterro do ex-presidente francês, François Miterrand, no qual esposa e amante compareceram? E seguiram o protocolo! A amante ficou o tempo todo dois passos atrás da oficial. Chique estes franceses? Sei lá. É da cultura deles. Não tenho nada a ver com isso.

E só quem nunca leu “O Primo Basílio” (1880), do excepcional Eça de Queiroz, não conhece a personagem Leopoldina (amiga da protagonista, Luisinha) que era casada com um velho rico (Mendonça) e punha-lhe a galhada com total aprovação deste. E cito a literatura, pois como todos sabem, a arte é uma ótima fonte de informação por retratar o momento político, econômico e social de uma determinada época.

E as questões homossexuais? Meu Deus isto é mais velho que andar para frente! Os gregos, quando iam para a guerra, levavam sempre seu efebo. Este era um jovenzinho entre 12 e 16 anos, que tinham a honra de “aliviar” os instintos dos militares mais graduados. Naquela época guerra era um local impróprio para as mulheres. Observo que quem começou a levar mulher para guerra foram os romanos (Ô povo que gosta de mulher, afe! Ai, bateu saudade dos italianos...).

E voltemos à França. E só por curiosidade, remexamos na biografia do “príncipe dos poetas simbolistas”, Paul Verlaine (fins século XIX). Verlaine se apaixonou pela prima, mas não rolou. Depois casou com uma jovem de 16 anos. Entre uma *“fada verde” e outra, casamento normal e tals, eis que Verlaine se apaixona por ninguém menos que *o autor de “Uma temporada no Inferno”. Verlaine larga mulher, foge com Rimbaud para Bruxelas, onde o mata. Novelesca não, a vida dos “poetas malditos”(como ficaram conhecidos)? Virou até filme. E quem se interessar leia a biografia da pintora mexicana Frida Kahlo. Verlaine ficaria tímido. Aliás, não existe nada que um homem possa fazer que uma mulher não possa fazer melhor. Guardem isso como um mantra, viu rapazes!

Em suma, tudo igual. Não vejo modernidade, avanços ou novidades em nenhuma relação. Sinceramente, a única diferença é que podemos falar sobre isto mais abertamente. Então, não me digam que há algo de novo nestes milhares de relacionamentos que vemos por aí! Ah, quer pirar pira, mas não venha me dizer que está fazendo algo inusitado e chocando a sociedade e blá, blá, blá porque não cola. A única coisa que assusta é o vazio e a incapacidade de doar afeto. Isto sim é aterrador. Esta é a essência das relações pós modernas. O resto... Balela.

Na boa? O importante é ser feliz. Eu acho mais legal o relacionamento monogâmico. E conheço casais que fazem swing e são felizes. Até ficar sozinho pode ser muito melhor que tudo isso. Lembre-se: é melhor só do que mala acompanhada! Vai por mim que quase fui contrata como carregadora da TAM de tanta experiência que tenho no assunto....

Ô gente! Por favor, não tentem me chocar. Eu sou igual ao Raul Seixas. Eu nasci há dez mil anos atrás (acredito em reencarnação). E parafraseando o maluco beleza “e não tem nada neste mundo que eu já não tenha visto ou escutado demais”. Esqueceram que todo mundo me conta tudo? Eu sei de histórias que não tem como escrever neste blog. Seria impróprio para menores de 80 anos (É interessante como as pessoas precisam desabafar!).

Enfim, tudo é uma questão de escolha e de não julgar. Aliás, aproveito o ensejo para dizer que quem, como eu, quer relacionamentos monogâmicos não é careta. Só tem este tipo de preferência e basta. É como preferir o vermelho ao azul. Quem quer relacionamento aberto vai fundo. Ambos os relacionamentos tem suas vantagens e desvantagens.

Aliás, meu ex-psicólogo me contou sobre um outro caso de conhecidos dele com relacionamento flexível. Segundo ele, um casal rico, bonito, inteligente, etc mantinha o tal relacionamento aberto. Ou melhor, escancarado. Num belo dia de sol ela engravidou do outro. O marido-moderno não agüentou e deu um tiro na cabeça. Bobo. Quem entra em qualquer relacionamento tem que carregar o pacote todo.

*Fada verde, no popular: absinto.

* “Uma Temporada no inferno” (1873), Arthur Rimbaud

Filmografia básica desta crônica

1 - Eclipse (1995)
Com: Leonardo DiCaprio e David Thewllis (Rimbaud e Verlaine, respectivamente)
Direção: Aghiesta Holland

2 – Frida (2002)
Com: Salma Hayek e Alfred Molina
Direção: Julie Taymor

3 – Lua de Fel (1992)
Com: Hugh Grant e Emmanuelle Singer
Direção: Roman Polanski

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Amigos Gente Fina

“Maurício, não fala com esta gente. Manda todo mundo ir se foder !” (Eu)

“Ah! Eles são meus amigos. Você não manda um amigo ir se foder.” (Ele)

Às vezes é necessário, sim. Mas, eu também não faria isso não. Acho vulgar. Contudo, eu teria uma conversa muito franca. Ou me tornaria indiferente. Talvez, este não seja realmente o caso. Apesar de parecer.

Entretanto, aprendi muito com o Mauricío. Achei legal esta coisa da harmonia libriana. Depois o Cláudio também chegou e falou coisas no mesmo sentido. Como admiro os dois! Aliás, o Cláudio um dia veio me dar um apoio. Eu tava precisando! Eu passei a semana bem melhor. Prestei atenção em coisas muito interessantes que ele disse e percebi detalhes que não tinha notado.

Mas, naquele dia, quando vi o Maurício sendo alvo de desconsideração fiquei muito chateada. Penso que por instantes tive raiva mesmo. Vi sua decepção. Captei seus sentimentos. Senti sua dor. Entendi o que se passava na sua cabeça sem ele dizer palavra. Vi seu rosto mudar. Seu sorriso sempre tão farto ficou escasso. Fiquei meio sem ação.

Queria acolhê-lo, queria protegê-lo, queria que ele mandasse todo mundo ir se F-O-D-E-R de alguma forma. Não sei se consegui transmitir minha solidariedade. Tentei muito. Só consegui dizer que estava do lado dele. E no fim deu tudo certo. No mais, não existem mocinhos nem bandidos nesta história. Só pessoas normais tentando acertar.

O Maurício e o Cláudio me comoveram pelo esforço que fizeram em nome da amizade com o restante. Fiquei sinceramente feliz. E eu descobri que tenho um carinho muito grande por estes dois.

Só me deu uma peninha em confirmar que eu estava certa o tempo todo sobre-algumas-característcas-de-alguém. É chato descobrir o lado sombrio de algumas pessoas e ... aaaaaaaaaaaaaaaah!!!!!

Quem está preocupado com isso? Para que falar se a hipótese já foi confirmada. Viva a ciência! Viva a amizade, a sinceridade e a verdade. E de mais a mais, não vem ao caso. Seria muito barulho por nada. E entre fazer comentários sobre abóboras e ler aquele Shakespeare que não deu para começar no mês passado, fico com o segundo!

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Beijar Mulher



- Leona fui numa festa muito doida!!!

-É? De quem?

- Do João. Foi para comemorar o Centenário do Corinthians!

- Aaaaaaah! Por isso não fui convidada. Não gosto de time pequeno. Cê sabe né, Bel! Eu como
flamenguista considero o segundo lugar o primeiro perdedor!

- Isto nem me interessa. Entendo lhufas de futebol. Acontece que eu quase beijei uma mulher!

- Quê? Você? Que detesta até voz de mulher, quase não tem amigas por achar mulher a coisa mais chata do mundo? Mentira...

- Verdade. Era a ficante do João!

- Beeeeeeeeeeeeel?!?!?! Me conta com detalhes. Senta. Toma um gole do meu Manhatthan, vai. Isso. Agora conta! Detalhes sórdidos são bem vindos.

- A história é curta. Eu perguntei como eles se conheceram. A garota ficou de brincadeirinha, dizendo que foi numa casa de swing onde ela foi com uma amiga. Desconfiei. Fiz cara de paisagem e disse; “É mesmo então prova?”

-E aí?

- Aí , coloquei uma mão na cintura dela, a outra no pescoço e juntei.

- Putz, o João deve ter adorado ver isto!

- Isto sim, você não vai acreditar. Ele interrompeu o beijo. Começou a gritar: “Ou, ou , ou vocês duas, parem com isto! Aí não finalizamos...

- Agora não entendi nada mesmo. (Pausa para golinho no drinque) Ele não é tão modernoso, tão “amor-livre e desprendido”?

- Pois é. A gente não conhece as pessoas...

- É... aliás, eu estou desconhecendo vocês dois. Ai, to me sentindo velha... Eu sou da época das festas estilo Tim Maia.

- Como assim?

- “Vale o que vieeeeeeeeeeeeer. Vale o que quiseeeeeeeeeeeeeeer. Só não vale dançar homem com homem... nem mulher com mulher.

- Ah, Leona , se liga. Já estamos na pós modernidade....

sábado, 4 de setembro de 2010

I´m a dreamer




Eu gostaria de um mundo sem hipocrisia.
Onde as pessoas não mentissem e não ficassem à espreita como abutres. Só à espera de distorcer palavras, fatos e gestos com a única finalidade de destruir e fazer o mal. Gostaria muito mesmo que as pessoas se "achassem" menos e de fato fossem mais.

Eu gostaria de um mundo com menos egocentrismo e babaquice. Não entendo porque é tão difícil para os outros serem sinceros e dizer a verdade. Mesmo quando são chamadas a isto. Será que é falta de treino?

Gente, é possível ser digno e honesto! Vamos lá! Vamos tentar! Vamos construir relações - sejam elas de amor, paixão ou amizade - baseadas em coisas boas. Com sinceridade e espírito de colaboração. Chega de inveja e competição. Que tal? Vai ser legal galera!

Alguém já falou sobre isto com muito mais propriedade que eu. Apesar da mídia ter exaurido a letra e tranformado-a em uma baboseira de Natal, se prestarmos atenção na força das palavras que John Lennon colocou em sua poesia, sentiremos o quanto este pensamento é poderoso. Observem e Deliciem-se!

P.S: John Lennon, libriano de carteirinha (Libra: signo da beleza, da harmonia e da justiça) Adooooooooooro.


IMAGINE

Imagine there's no heavenIt's easy if you try
No hell below us
Above us only sky
Imagine all the people
Living for today

Imagine there's no countries
It isn't hard to do
Nothing to kill or die for
And no religion too
Imagine all the people
Living life in peace

You may say
I'm a dreamer
But I'm not the only one
I hope some dayYou'll join us
And the world will be as one

Imagine no posessions
wonder if you can
No need for greed or hunger
A brotherhood of man
Imagine all the people
Sharing all the world

You may say,I'm a dreamer
But I'm not the only one
I hope some day
You'll join us
And the world will be as one

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Tesão Platônico


O amor platônico é aquele ideal, concebido como a perfeição. No popular usamos esta expressão para definir uma paixão não correspondida. Eu estou vivendo um tesão platônico. Pode? É doideira.

Este fenômeno é assim: você sai e pode ficar com quem quiser, mas ninguém parece interessante. Aí um belo dia, você bem tranqüilo, vai para o trabalho, para a aula ou até para uma consulta médica e pronto. Olha para um certo alguém e sente uma pressão. É uma vontade louca de pular no colo do cara.

O olhar ou a voz ativa uma corrente elétrica que inicia no pé, percorre toda a coluna até chegar ao cérebro. É neste ponto que f** tudo. A segunda fase é um calor inexplicável (corpo incandescente até chegar em casa). A terceira, é sonhar – acordada, diga-se de passagem – com objeto de desejo. A quarta é se arrumar como para um namorado, no dia ou hora que vai ver o sujeito. A quinta, e pior de todas as fases, é ficar observando cada detalhe para tentar adivinhar se o cara também está a fim de você. Enfim, é ridículo.

Porém, tudo pode piorar. O fulano também me enxergou. Uma semana depois, mas enxergou. E aí se entregou. Não parava de me olhar. Uma amiga viu e comentou: “Nossa, mas ele não parou de olhar para você!”. Pirei. Porque até aquele momento tudo era só um delírio da minha cabeça. Numa uma saída destas perguntei para uns amigos héteros se esta loucura já tinha acontecido com eles. “Claro. Foi assim que começou com minha atual mulher”. Depois de concluir que tem muito louco no mundo, me senti melhor.

Eu poderia chegar no cara e propor um “estreitamento de laços” (fino não?). É poderia. Mas, neste caso uma rejeição seria fatal. Em outros casos um fora seria indiferente. Neste, um olhar faz a diferença, imagine um não.

Com tudo isto vocês devem estar se questionando “porque não curar este tesão platônico com uma f*** homérica?”. Impedimentos. Assim, no plural.

P.S.: Não boto fé que esta crônica tenha desdobramento. Infelizmente.

FAQ (Frequently Asked Question):

- Todas estas histórias foram vividas por você?

Não. Nem todas as histórias do blog são minhas. A maioria aconteceu com amigos (as) e conhecidos (as). Só coloco em formato mais divertido (creio). Outras (poucas) são totalmente inventadas. Esta é minha mesmo.

- Quantos caras você já comeu?

Não é da sua conta.

- Por quê as pessoas te contam a vida delas?

Sabe que eu não sei?Pergunta para elas. Mas, depois me conta!