domingo, 18 de julho de 2010

Lord Chesterfield e o Sexo



“Sexo: o prazer é momentâneo, a posição é ridícula e as despesas são exorbitantes.” , Lord Chesterfield (1694-1773).

Querido Lord C.,

Na adolescência, fiquei muito intrigada com sua frase. Durante um tempo pensei sobre ela e não concordo. Assim, venho por meio deste blog, mui humildemente te fazer um convite. Aliás, dois. Reencarne e depois passa lá em casa! Perdoe-me milorde, mas, levar esta mágoa para a eternidade não é bom. Passa lá. Eu faço umas danças, coloco umas músicas, a gente vê uns vídeos pedagógicos, que tal? O Senhor vai gostar. Primeiro do vídeo, que na sua época não existia e também do conteúdo! É divertido.

Olha este negócio do momentâneo acontece. O senhor deve ter uma coisinha chamada ‘ejaculação precoce’. Liga não. Nada que a respiração coordenada da Ioga não resolva. Tem um conterrâneo seu, o Sting, um ótimo cantor, que faz sexo durante oito horas seguidas! Não é legal? Tudo Ioga. Basta respirar fundo e soltar devagar. Ainda não tenho esta técnica. No entanto, estou tentando entrar em contato com ele para perguntar e ter algumas lições. Tudo por amor a ciência, sempre.

E, desculpe a impertinência, porém o senhor precisa rever seus conceitos. Isto de ‘posição ridícula’ é tudo psicológico. Podemos variar as posições. Existe um monte delas, acredite. E em caso de dúvida a gente consulta o Kama Sutra, ou o Google. Ah! O Google é tipo um oráculo que a gente tem aqui que sabe tudo e resolve tudo que a gente quer. Muito bacana. Tô vendo a sua carinha espantada-feliz-espantada-feliz... Não sei se o senhor notou, mas eu também faço ioga. Por isso sei que posso te ajudar!


Tem um poeta português chamado Fernando Pessoa que liberou a gente destes medos do ridículo. Sabe esta mania de escrever cartas de amor ridículas? Pois é. Sabe o que ele disse? “Só as criaturas que nunca escreveram caras de amor, é que são ridículas.” Sacou? Não tem essa. Hoje, a gente pode tudo. Se até carta ridícula (ou msm, como fazemos) fica registrada, é até prova em caso de briga ou crime e etc, a gente faz! Qual o problema então com umas poses tipo frango assado, leãozinho, a tromba do elefantinho feliz, a girafa quer beber água e outros? Fica só entre a gente, ninguém vê. Se bem que na praia eu já vi, sim... bom, agora não vem ao caso.

Então, Lord, posso te chamar de lordinho? Lord fofinho? É coisa de brasileiro. Ok. Lord Ches..etc, etc, creio que esta sua birra com sexo é culpa. E culpa é coisa da nossa raiz judaico-cristã. Surpresa... os Jesuítas disseram que não existe pecado do lado de baixo do Equador. Então ta liberadu! Tá tudo liberadu! Ai, desculpa a empolgação e falta de modos diante de um nobre, mas é para o seu bem.

Voltando ao tema. O senhor vem para o Brasil, conversa com o Chico Buarque, que é o homem que mais entende de mulher no Brasil e quicá, no mundo. Aliás, foi ele que me disse o lance da linha do Equador e continou “Vamos fazer um pecado rasgado, suado, a todo vapor. Me deixa ser teu escracho, capacho, teu cacho, um riacho de amor (...)”.

Fala com ele que já te dará outros ares. Queria revelar que “Linha do Equador” é um “modus operandi’ que eu e minhas amigas assim batizamos. Posso fazer para o senhor. (É só para convidado VIP, viu!). Enfim, converse com o Chico.

Detalhe. O bom é ter champagne. Faz uma diferença... Abre a mente e os corações... Mas, tô sentindo o senhor meio muquirana e ressabiado. Tem nada não. Te ofereço uma cachacinha brasileira. Vai gostar! Aí o senhor relaxa, curte, fica feliz e muda de idéia. Vai até entender melhor a carta do Caminha e porque que aqui, em se plantando tudo dá! Não riu. Não gostou do trocadinho? Tá vendo! Mau humor. Isto é falta de sexo, fofinho! Quero dizer, Lord C.

Só para você saber as coisas mudaram muito do seu tempo pra cá. As mulheres já queimaram soutien, por exemplo, e.... O que é? Hummm! É um espartilho reduzido. Não tem problema. Tenho uma coleção de espartilhos, caleçons, soutiens, calcinhas e cintas-liga. Queimo uns para o senhor entender como foi. E o que aconteceu depois foi melhor ainda. O senhor não vai acreditar, mas a gente nem engravida mais. Vou colocar assim: surgiu uma coisa mágica chamada anticoncepcional. A gente engole e pronto! Sem bebês. Muito prático. E hoje é tudo tão limpinho... Tudo no plástico, na borrachinha... Tem até brinquedinho. Tem redondo, tem que brilha, tem para fazer barulho, para tampar barulho. Muita criatividade. Impossível explicar. Só vendo mesmo. Sabe, a gente mudou o conceito de tudo. O máximo. Tudo igual, mas diferente.

Vem Lord C., vem para a pós modernidade! Tem muitas coisas boas. Estou te aguardando lá em casa. Pega o endereço. Ah! Eu estudo política, o senhor era político. Eu dou minhas escrevinhadas por aí o senhor era escritor...pode rolar até uma conversa!

Beijos/ kisses

Com amor, Leona

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