sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Tesão Platônico # 02



“Tá esperando o quê? Vem e pega logo. Eu sei que é isso que você quer.” Não. Assim tá muito direto.

“E aí? Pode ser ou ta difícil?” Não. Também não. Muito vulgar.

“Vem, que estou ardendo por você...” Piorou. Muito brega.

Definitivamente, não sei mais o que fazer. A última idéia que tive foi tirar a roupa e sentar na frente dele (como vocês podem notar na foto que tirei como teste, só para ver como eu ficaria na visão dele) e dar um sorriso.

O fato é que eu quero. E ele quer. E ele sabe que eu quero. E sabe que eu já saquei que ele quer. Como eu sei? Ah...

Voltemos no tempo (mas nem tanto. Uns meses só) estou eu tranquila em local cheio. Vi um cidadão no canto. Nem olhei direito. Vi que um conhecido estava falando com ele. Passou um tempinho, eu ali conversando com as meninas e de repente ele se apresenta. MEU DEUS!!!!

Quando bateu olho no olho.... a coisa esquentou. Para os dois.

Mas, não foi amor à primeira vista, não. Foi desejo. Desses do tipo furacão. Que por onde passa só causa estrago. Mas, é força da natureza. Ninguém segura e humano comum não dá conta. Aí foi que eu gostei mesmo.

E era uma troca intensa de olhares... Foi assim durante um bom tempo. Até uma amiga notou. E eu achando que tava tudo muito discreto. Mas, tinha jeito não. Eu saia de propósito. Quando voltava ele tava “vigiando” porta. Parecia que estava só me esperando entrar.

Bom, hora dos truques: mini saia. Caiu igual um pato. Este dia foi engraçado. Ele todo duro, segurando para não olhar, não olhar, não olhar.... olhou! Indescritível meu prazer vendo aquela resistência sendo quebrada. Só no detalhe e só para mim. Foi a olhadela mais rápida e mais deliciosa que recebi na minha vida. Mas, a melhor parte era mesmo quando todo mundo falava com ele e eu me calava. Daí nem ele percebia, mas ficava me procurando. A última vez que a gente se viu eu fiquei com medo do olho dele cair no meu decote.

Aí vocês me perguntam que contradição esta: se eu detesto joguinho como é que estou nesta há meses? Gente, eu não sei! Aconteceu assim. E quem está preso a convenções e hierarquias é ele. Eu quero é resolver isto. E o pior: ele não é meu tipo! Não chega a 1, 80m (minha medida de partida para um interesse), tem quase quarenta anos (ou seja, um velho para os meus padrões) e o pior...tem um dos signos mais irritantes para mim (só para lembrar os que mais combinam comigo são, pela ordem: libra, escorpião, leão e Áries).

Mas, ele tem um magnetismo impressionante. E tem barriguinha. É porque homem sem barriguinha é sinônimo de chatice. É o otário que vive na academia, não vai para bar falar besteira com os amigos e fica só se olhando na frente do espelho ao invés de olhar para mim. Argh! Detesto. Barriga de tanquinho? Grata. Tô fora. Quem lava roupa aqui em casa é a máquina. Além disso, na hora da diversão muita costela espetando não é lá grandes coisas.

Também quero lembrar que este negócio de metrossexual é meio sem graça. As mulheres (as meninas de qualquer idade eu não sei) gostam de ver homem fazendo coisas de homem. Tipo clichê mesmo, sabe? Adoro homens jogando futebol (se tiver com a camisa do mengão já ganha uns 5 pontos de vantagem), trocando lâmpada, matando barata, abrindo porta de carro, pagando a conta... estas coisas. Aliás, esta pos modernidade de dividir conta, ainda mais nas primeiras saídas...hum... feio, muito feio... Dedicarei uma crônica só para isto.

Voltando ao meu objeto de desejo. Existem impedimentos éticos. Digamos que neste grupo onde nos conhecemos o objetivo não é namorar, paquerar ou afins. E eu não posso contar qual dos grupos é (e eu participo de vários) porque ele está na lista de e-mails e vai receber isto aqui.

Mas, na verdade, quero pedir aos homens que estão lendo esta crônica que me deem idéias. Porque eu desejo este fulano. Não quero casar com ele, nem namorar. Mas, necessito dele. É uma questão prática: sem lençol não consigo dormir. E à noite, quando penso nele o lençol incomoda e aí eu tento dormir vestida só com as gotinhas de perfume. Fazer o quê? Outra coisa. Penso nele e tenho que abrir as janelas. Daí surge outro problema: tenho vizinhos barulhentos. Penso nele e morro de sede. Passo a noite toda tomando água. Vou a festas, bares, reuniõezinhas e não acho ninguém interessante. Ou seja, este cidadão está me dando trevelia (vulgo: atrapalhamento de juízo, doideira, loucura). Observo que dicas como pular no pescoço dele não valem. Perderia toda a graça. Quero que ele chegue até a mim. Vai ser muito mais gostoso.

Enfim, quero voltar para meus meninos altos, não problemáticos, leves e descolados. Assim, amigos se vocês querem a minha cura me mandem dicas para eu pegar de vez este sujeito e acabar com esta agonia/frescura/mania/desejo/tesão/sei-lá-o-quê.

AINDA não rolou nem um beijo. Mas, no meu delírio, quando isto acontecer (em breve) será como uma música do Chico...


O Meu Amor

Composição: Chico Buarque



O meu amor tem um jeito manso que é só seu
E que me deixa louca quando me beija a boca
A minha pele toda fica arrepiada
E me beija com calma e fundo
Até minh'alma se sentir beijada

O meu amor tem um jeito manso que é só seu
Que rouba os meus sentidos, viola os meus ouvidos
Com tantos segredos lindos e indecentes
Depois brinca comigo, ri do meu umbigo
E me crava os dentes

Eu sou sua menina, viu? E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha do bem que ele me faz

O meu amor tem um jeito manso que é só seu
Que me deixa maluca, quando me roça a nuca
E quase me machuca com a barba mal feita
E de pousar as coxas entre as minhas coxas
Quando ele se deita

O meu amor tem um jeito manso que é só seu
De me fazer rodeios, de me beijar os seios
Me beijar o ventre e me deixar em brasa
Desfruta do meu corpo como se o meu corpo
Fosse a sua casa

Eu sou sua menina, viu? E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha do bem que ele me faz




3 comentários:

  1. Gata,parabéns vc voltou a escrever enfim com a corda toda hein... ainda mais para quem ousa achar (como uma boa ariana que sou), que entende as entrelinhas do seu texto o seu objetivo kkkk

    Me diverti com a sua crônica... risos, foram mtos (lembrei de conversas que tivemos) e te parabenizo pela ousadia em algumas palavras aí.


    bjs camilísticos

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  2. Eu abriria o jogo.
    Adorei a parte - 'adoro ver homem matando barata, pagando a conta'.
    bj

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  3. Oi meninas! grata pela força e sim voltei com a corda toda! Mas este ano rsolvi não comnetar com o leitores. O espaço é de vcs e espero que mais gente escreva!

    contudo abro só hoje uma exceção. Vcs devem ter morrido de rir mesmo. Mas cuidado vcs tem duas suspeitas. E ele se for um pouco esperto tem uma dica, um detalhe que ele pode ter certeza que é ele mesmo....kkkkkkk

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