segunda-feira, 7 de março de 2011

Os homens tem razão




Dois bons casamentos estão em crise. Fico muito triste já que as boas relações estão escassas hoje em dia. Mas, desta vez tenho que concordar com os caras.  As mulheres deles estão pisando na bola.
Para resumir: esta história de “dois se fundirem em um só” não existe. Os maridos estão meio de saco cheio. No primeiro caso a mulher já foi para o psicólogo. Então, acho que a solução deve estar próxima. Mas, quando ela mesma me disse que achava ruim porquê ele não ficava o tempo todo ao lado dela (inclusive em festas da família dela!) fiquei chocada.  “Mas você queria que ele ficasse ali junto das mulheres falando sobre o quê? Futebol ou moda?” Nada melhor me ocorreu, confesso. Depois dos outros relatos fui ficando ainda mais estupefacta (quando escrevo com “c” saiba que estou chocada ao quadrado). De verdade, achei muita insegurança e muito egoísmo da parte dela. E o cara é legal. Se perder este companheiro, sinceramente, não acho possível encontrar um substituto à altura.
O outro caso é do meu amigo Eduardo. Este me confidenciou que está totalmente sem paciência. “A Helena está muito chata, super ciumenta. Às vezes penso até em sair de casa.” Bom, eu sou muito a favor do casamento – mais até que a Igreja Católica e os gays – e no papel de amiga do casal já disse logo: “Nem pensar. Vocês vão conversar e se entender. Vocês ainda se gostam muito”. E realmente eles ainda se gostam. Mas, ela quer que ele seja diferente. Aí não dá...
Qual o problema do meu amigo? Nenhum. Para começar ele é lindo. E a beleza é a menor das qualidades dele. Ele é gentil, generoso, amigão e um artista excepcional. Ele canta bem, toca divinamente e dança muito também. E, como se não bastasse, ele é super legal. Todo mundo gosta muito de conversar com ele e ele adora bater papo. Enfim, é uma estrela.  Sempre foi. E ama estar rodeado de gente. Uma mini platéia, eu diria.  
A mulher dele, a Helena, é uma pessoa ótima. Mas, vive apagadinha lá no cantinho. Se a gente não vai conversar com ela, ela também não se aproxima. Eu, particularmente, gosto de conversar com ela. Tento fazê-la se enturmar mais com as pessoas, mas é difícil. E que eu sou uma da pessoas que ela mais gosta.  Tem jeito não. Já notei que ela não gosta de estar com nosso grupo. Acho que ela vai para nossas festas porque o Edu gosta exageradamente. Claro, ali ele se solta esquece os problemas do trabalho, toca violão, bangô, morre de rir, etc. Ela gosta é de ficar em casa, quietinha. Devemos respeitar o gosto dela. Mas... já viram o tamanho do problema, né?
Mudar a personalidade dele? Não creio que seja um bom caminho.  Quem tentou antes, voou. De qualquer forma acredito que este relacionamento também pode prosperar. Claro, tem que ter boa vontade (e muita) de ambas as partes. Eu sou a favor do equilíbrio e da conversa. Quando há admiração de um pelo outro (como é o caso) dá para fazer muita coisa.
E elas não umas megeras, não. A favor delas tenho um excelente argumento: a sociedade brasileira cria mulheres assim. E convenhamos, elas representam o sonho da esposa ideal da maioria dos homens do País: bonitas, inseguras e submissas. Dá nisso.  
Para os maridos em questão lembro que não vale mudar as regras do jogo com a partida em andamento. Ou seja, “Solta as unhas do meu coração, que ele está apressado. E desanda a bater desvairado quando entra o verão”* , não se canta. Nem em sonho. E conhecendo as figuras posso afirmar sem medo que eles sempre quiseram mulheres assim, que ficassem mais à sombra deles. Não vejo problema nenhum nisso. Mas, tem que aceitar o outro no todo. Só naquilo que convém é fácil. E quem disse que seria fácil?

O negócio (suponho) é lembrar do projeto de vida que planejaram lá no comecinho do casamento, realinhar uns pontos e dar continuidade. Crises são boas. E podem ser bem proveitosas para melhorar uma relação. E não nos esqueçamos que ainda há amor – artigo raríssimo nestes temos pós-modernos! Vai dar tudo certo!

*Trecho da música ‘De todas as maneiras’, de Chico Buarque

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