segunda-feira, 6 de junho de 2011

Comi meu Amigo!




Sexta e sábado são dias tensos. Em geral, acontece um telefone de alguém “precisando contar uma coisa...”. Mas, o último eu fiquei apreensiva Luana me liga e diz: “Tô indo para aí. Liga pra Júlia. Aconteceu algo que preciso muuuuuuuuuuuuuuito dividir com vocês...” O que você pensaria? A primeira coisa que me passou pela cabeça foi PHUDEU! Note bem: não era uma coisa que precisava ser dita, falada ou contada. Era um FARDO, pois havia a necessidade de DIVIDIR. Phudeu.


Eu e Julia a postos. Chega a Luana com cara de atormentada. Senta, enfia a cabeça entre as mãos e diz: Comi o Mateus! Transei com meu melhor amigo. E agora? E agora? Que eu faço?

Entre “o relaxa e Goza” e o “deixa de frescura” não consegui dizer nada só pulei para pegar caneta e caderninho, pois esta é boa pra crônica. A Júlia ainda reagiu e soltou um “Tô de cara!”

- E aí, Lu? Como é que foi isso?

- Não sei.

- Como não sabe?

A Julia foi direto ao ponto: E qual o tamanho do pau dele? (nem eu seria tão direta assim. Assustei)

- Não sei respondeu a Lu.

Eu e a Julia nos entreolhamos. A coisa tava preocupante. Tentei refazer o passo a passo.

- Lu, conta pra gente. Vocês foram pra onde? Você bebeu, fumou ou similar?

- Bom eu fui pegá-lo em casa. Chega o safado e me dá duas doses de absinto ( 75% de álcool).

- Cara, isso tem mais álcool que aquele de limpar banheiros e vidraças...

- Pois é... E aí enlouqueci. Fomos para um bar dançamos, rimos conversamos... E aí já viu, né! Comi meu amigo.

- Calma. calma. Detalhes. Detalhes sórdidos. E onde foi isso?

- Na varanda.

- Quêêêêêêêêê?????????????? Quando a gente pensa que seu estoque de surpresas acabou você capricha mais, hein! Vai lá que eu tô gostando. Na verdade tô me achando muito careta...

- É gente. Tô dizendo. Perdi a noção. Chegamos no apartamento dele e a lua tava tão linda.... Eu achei que nem estava na terra e fomos para a varanda. Louco, não?

- Nada. Normal. Normalíssimo. São coisas do dia-a-dia. Continua. Alguém viu?

- E tinha gente no mundo? Sei lá. Eu tava fora de mim. Como é que eu vou saber se alguém viu. Naquele momento eu nem sabia meu nome. Pode ser que tenham escutado... Em geral a gente esquece o tom, não é mesmo? Mas, gente a questão não é essa. Quero saber como vou olhar para ele?

- Ai que saco! Vamos parar de palhaçada. Queria o quê? Transar com inimigo? Nunca vi isso. Vamos aos fatos. Foi bom?

- Ai gente, não vou contar estas intimidades...

- Sei. Você dá na varanda do prédio do Mateus, que é o maior fofoqueiro da cidade, e não quer que ninguém saiba da sua intimidade? Me poupe. Até em Júpiter o pessoal já tá sabendo disso.

- Ô, Luana (interveio calmamente a querida e sensata Júlia) você lembra, há alguns meses, quando todo mundo – até os rapazes – falaram que vocês tinham um lance, que ele gostava de você e que todo mundo fazia piadinha que um dia vocês iriam se encontrar?

- Ai, Júlia não vem com a frase “ eu não te disse” porque eu odeio isso.

- Não. Vou falar não. Vou falar outra coisa: ISSO É CRÔNICA DE UMA FODA ANUNCIADA – com todo o respeito ao Gabriel Garcia Marques, mas só dá para parafraseá-lo nesta vulgaridade dadas as condições... E na boa? Tava na cara. Quer saber o que eu acho? Melhor amigo é aquele que mais quer. Então, deixa de frescura e conta logo que eu tô curiosa e a Leona tá precisando de uma crônica picante para colocar no blog. Quanto a como olhar pra ele é muito simples: faz cara de paisagem. Não é você diz? Que sexo é como respirar? Algo necessário e muito natural? Então aja naturalmente e anda logo. Solta tudo.

- É... Bom... não foi nada assim marcante. Ele não tem lá um grande repertório, mas aquela loucura de pegar o melhor amigo e aquela situação da varanda... Ai, pirei! E aquela sensação “será que tão vendo serão que não estão... Ui”! Só de lembrar (e olha que só tenho flashes em mente) fico ofegante, pegando fogo. A gente tava ali naquele movimento uniformemente variado frenético, batia um ventinho que vinho do lago que parecia uma carícia, e de repente o Mateus me virou, fiquei de costas para ele, em pé com as mãos na parede e...

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