quinta-feira, 6 de maio de 2010

O Dia que Chorei feito homem (com h minúsculo mesmo)....

Sempre achei muito idiota duas coisas nos homens: olhar sempre o físico e não a alma da mulher e não poder chorar. Como Mulher sempre me orgulhei de olhar o que o cara pensa, o que ele é e sente e poder chorar aos borbotões...

Com muito orgulho sempre declarei que a aparência nunca contou e nunca iria contar na minha vida. Cristã perfeita, claro. Mas, como declarou Chico Buarque ‘Deus é um cara gozador, adora brincadeira’ ... Vida, destino, Deus ou eu sei lá fez uma grande brincadeira: Colocou um baixinho feio na minha vida.

Esnoba daqui, esnoba dali, mas como o papo é legal! Nem telefono. Mas ele sim. Vamos ao bar. E quanta coisa em comum, quantas risadas....Pena que ele é baixinho, né! E que companhia mais legal para ir ao cinema. E tome coisa interessante para falar, para fazer. Pena que ele não parece o ex (alto, olhos verdes, cabelo comprido).

E o danado liga no outro dia e quer a sua companhia. Vou. Escondido logicamente. É legal mas ninguém vai ver. Eeeeeeeeeeeeeeeeeeeeu? Com este feioso? Que vergonha. Mas ele é tão inteligente e gentil que é melhor não descartar. Sem apresentar a amigos ou parentes. Ah! E claro esconder da amiga que os apresentou para não pagar mico. A melhor estratégia é não dar muita bola porque vai que ele quer namorar. Não é preconceito não. Eu sou muito descolada para ter preconceito. É só questão de gosto mesmo. É lógico que aprência não tem nada a ver...repetir várias vezes faz acreditar. Na frente do espelho é melhor ainda.

Só que ele é baixinho, feio, meio careca e ultra talentoso. Resultado? Promoção no emprego. Tem que ir correndo para São Paulo. E ele ainda liga pedindo desculpas que não vai poder me levar para ir ao cinema este sábado. Pegar estrada cedo até chegar em Sampa... Mas vai sentir saudades. Ok , claro seja feliz.
Aí sim, vou ler as crônicas que ele escreve e eu nunca me interessei. Descubro que ele gosta de mulher que usa vestido, cabelos vermelhos e gosta de cozinhar. Descubro também que ele é caladão, mas cheio de sentimentos. Descubro até que a gente pensa igual em tanta coisa... Daí, como só descobri o que estava perdendo quando ele está na estrada para São Paulo só me resta chorar. Uma lágrima só e escondida. Óbvio, homem não chora.

2 comentários:

  1. Entendo amiga,
    É triste quando percebemos que caímos nos preconceitos que não aceitamos nos outros... rs
    Já passei por isso, e me arrependo bastante de não ter dado mais atenção ao baixinho...

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  2. Tenho 1,53m de altura sempre acontece isso. Sempre procurei me aperfeiçoar para compensar o fato da minha altura, sei cozinhar, escrevo poesias, tenho bom papo, bom emprego, mas sempre sou tratado com frieza por vocês, sempre estou sozinho. É tão triste, ter tanto potencial para fazer alguém feliz e ser trocado por homens que não estão nem aí para vocês, não tem assunto, não se aperfeiçoam interiormente, não lêem, isso dá um parafuso existencial em mim.
    Puxa vida, vocês precisam abandonar urgentemente este preconceito machista que prevalece em vocês e impede de ser felizes.

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