domingo, 26 de setembro de 2010

Meus Meninos


“Você é velho, gordo, meio careca e ruim de cama. Tá pensado que é o quê? Eu mereço coisa melhor”.

Foi com este trio de frases simpáticas – porém verdadeiríssimas – que eu cortei um velho, chato e metido a besta da minha vida. Ele adorava me esnobar. Por que com ele? Eu estava só e carente, sem fazer nada e achava que ele poderia ter algum caráter, ser alguém diferente desta massa ignara e etc. (inteligente ele é. É um dos maiores colunistas político do país).

Infelizmente era mais uma mente comum, de comportamento machistóide previsível. Ou seja, mais um adultescente. E ruim de cama – o que me irritava muuuuuuuuuuuuito.

Depois deste acontecido jurei para mim mesma nunca mais pegar um velho em minha vida. Isto faz sei lá, uns três quatro anos. Aliás, quero registrar aqui – para horror dos homens brasileiros – que quem come sou eu. Você é apenas alguém que EU escolhi e não o contrário.

Passei a procurar relacionamentos com homens que tivessem apenas dois ou três anos acima da minha idade. Sim, porque garotos eu detestava. Fazer o quê com eles? Conversar o quê? Deveria ser mega sem graça e bocejante, ainda mais para alguém como eu que adora trocar idéias (Sexo verbal faz meu estilo!). E, eles deveriam ser tão inexperientes que não iriam me satisfazer. Preconceito? Não imagina. Era só uma obviedade. Arrã...

Mas eis que numa bela noite de primavera (e seca) tô eu no samba (sempre o samba. Preciso largar disso...) me tira para dançar um sorridente moreno. Ui! I-R-R-E-S-I-S-T-Í-V-E-L. O gatinho era só nove anos mais novo que eu. Eu não sabia, mas era o começo de uma Nova Era. A Era dos meninos do bem!

E que disposição! Romance vai romance vem... Que delícia! O cara acordava cantando, não tinha grilos, não tinha ex-mulher, filhos... Que vida leve! Sempre queria saber o que eu gostava de comer para mandar a empregada fazer... (morava só, perto do parque. Os pais bancavam a vida de concurseiro. E ele no samba!). Um dia ele se convidou para vir assistir o jogo do São Paulo aqui em casa.

“Mas, eu sou flamenguista, respondi”.
“Tá, mas eu gosto de você mesmo assim. Você tem outras qualidades que superam isto, devolveu ele”. Ri demais.

Gente, foi o melhor jogo do mundo! Que disposição... nem lembro quem era o adversário. Sei que o São Paulo (ô clube bem amado!) ganhou e foi ótimo! Que disposição....

Pena que tudo acaba. Mas, ele foi tão gentil, tão legal e honesto que ficou tudo bem. Sinto enorme carinho por ele até hoje.

Mas, a gente sempre conhece novas pessoas neste mundo, né? Diferença de idade entre eu e o novato? Sete anos. Este eu conhecia há mais tempo, mas nunca tinha olhado para ele. Descobri depois que com este “não olhar” eu já havia perdido, por baixo, uns seis meses de relação. Um dia ele notou que eu estava estressada. Me chamou para ir nadar num lugarzinho ali no lago que era seguramente limpo e quase ninguém conhecia. O sujeito levou tudo, inclusive maçãs, ricota, toalha de pic nic, etc. Nos três meses de romance ele me ensinou umas novidades tão estimulantes. Ui! Me lembro dele vindo da faculdade, passando aqui para comer sopa e bater papo. E que disposição...

E chegou a vez de bater o record: 13 anos mais novo. Ainda não tinha entrado na faculdade, mas estava fazendo cursinho! Confesso que não gostei muito do tal metal melódico, mas pelo menos fiquei conhecendo o estilo. Olha fiquei sabendo tanta novidade... E este escrevia poesias. Tenho-as guardadas. Outro, lá da Bahia, veio com umas graças tipo “enquanto você não acha seu príncipe encantado vai beijando este sapo aqui mesmo”. A gente ria muito. E, finalmente, um que viu o que eu estava procurando. E levou com bom humor. A última pessoa que encontrei não chegou a rolar nada, mas quase. Como este garoto beijava bem! Affff... Diferença de idade 17 anos. Pirei. Falei com ele que eu era muito mais velha. “Tô nem aí. Tu és uma gata, super interessante. Tô louco de tesão em ti guria”. Adoro um gauchês. Enxaqueca vem em hora errada mesmo, né. Tinha que ser naquele fim de semana? E ele tinha que voltar para Porto Alegre. Mas, a gente mantém contato! Ora se não! Espero que ele passe no vestibular. No último, ficou por poucos pontos. Dei umas dicas de como estudar e focar.
Resumo da ópera. Preconceito é uma bobagem. Estes meninos me fizeram um bem danado! Colocaram minha auto estima no topo da existência, foram muito mais legais e companheiros que estes velhos rabugentos cheios de traumas, frescuras e receitas de como deve ser uma mulher. Tudo menos espontânea, claro. Os meus meninos, além de serem vulcaõzinhos na cama me deram um pouco da sua jovialidade que combina tanto comigo e eu tinha esquecido.

Diferentemente dos velhos que tem medo de te perder e te colocam sempre para baixo, esta nova geração se diverte, curte o outro, dá valor ao momento e tem muito mais criatividade. E na hora “Vâmu vê”... Enfim, este não é um blog erótico. E para terminar a relação quase nunca eles agem de maneira sádica como os velhos broxas e frustrados. Aliás, os velhotes também costumam sumir como criancinhas medrosas sem encarar nada. Ficam escondidos debaixo da coberta. É o pior dos dois mundos. Uma vergonha. Dá até certa pena... E um grande alívio deixá-los!

Velhotes peçam conselhos aos meninos. Mulheres, olhem para estes garotos aí do seu lado. Pode não durar anos. Mas, a economia com o psicólogo vale a pena! E a pele então? Fica uma beleza....

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