terça-feira, 28 de setembro de 2010

Sexo Virtual, Verbal, Real & Outros



- Carol porque você está tão ofegante?


- Estava fazendo sexo virtual....


-Uia? E pelo computador dá para ficar desse jeito? Qual a marca do seu notebook?


- Não é isso. É pela loucura, pela doideira entendeu?


- Não, nada.


- Olha só Leona um trechinho do que ele me escreveu:


“Hummm...vc chupando minhas bolas, eu domando você pelos cabelos. Que visão linda. Ia esperar você me chupar bem.....chupar gostoso....e depois gozar na sua boca. Você chupando tudo....não deixando nada escapar, se deliciando com o meu gosto.”


- Forte hein, amiga!!!!


- Você precisa ver o que eu respondi! Ele disse que estava quase explodindo! Adorei!


- Legal este tal sexo virtual! Mas e aí? Quando vocês vão se encontrar na real?


- Nunca.


- Por quê?


- Por vários motivos: primeiro, o legal é usar a imaginação. Me excita saber que eu estou aqui e ele lá no escritório pensando sacanagem. E tem mais, ele mora no Rio de Janeiro. Não dá.


- Sabe? Não vi graça. Ficar com tesão e depois... nada? Se vira sozinho?


- Ai! Agora me toquei de uma coisa.... ele é casado!


- Real ou virtualmente falando? Tô meio confusa.


- Pára de palhaçada. A ficha só caiu agora. Isto é... TRAIÇÃO!!!!!!


- Olha, acho que não. Vocês nem se encostaram. Não houve troca de nada.


- E as energias? Rolou uma energia. E eu vi até a foto dele. E mandei uma minha.


- Combinaram de se encontrar?


- Não.


- Então, Carolzinha! Acredite, nem a mulher dele se ver estes e-mails “quentes” vai reclamar.


- Será? Mas me colocando no lugar dela fico com pena... E se eu fosse casada faria isso com meu marido? Eu seria capaz de traí-lo?


- Ô Carol, nem namorado você tem. Já está cheia de problemas com um futuro marido? Sinceramente. Loucura tem limite. Esse é o seu problema. Vai arranjar um namorado real. Vai brincando com este aí via internet mesmo, mas procura um ser humano em que se possa tocar.


- Você não entende.


- Entendo que você chegou alegre e ofegante. Pára de bobagem. Olha as vantagens desta sua brincadeira: não engravida, não pega doenças, não precisa dar satisfações, não precisa pedir satisfações. Maravilha!.... Ah! Carol, e antes que eu me esqueça: pára de me encher o saco com bobagens.


- Ai, que mau humor!!!!


- Não é isso não. É que eu fiquei sem saber se isto é traição ou não. Se isto é sexo ou não. Se isto é legal ou não. Você tinha que vir com estas questões filosóficas...



Ah, o que eu não entendo. Isso é que é capaz de me matar!*


Estas relações pós modernas...só dilemas.


*Frase do livro Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa

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